Wassef garante que comprou Rolex com próprio dinheiro para devolver à União

Advogado afirmou que fez a recompra do Rolex por conta própria para devolver à União e negou ter recebido ordem de Bolsonaro ou de Cid

Advogado Frederick Wassef | Divulgação
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O advogado  Frederick Wassef declarou nesta terça-feira, 15, que o seu objetivo quando comprou o relógio da marca Rolex foi exatamente para devolvê-lo à União, ao governo do Brasil Presidência da República, e isso inclusive por decisão do Tribunal de Contas da União (TCU). Wassef não deu detalhes a respeito de quem recebeu o relógio. "Não vou falar, não posso falar. Quem solicitou não foi Jair Bolsonaro, e não foi o coronel Cid".

De acordo com a constatação da Polícia Federal (PF), o relógio fazia parte do kit de joias sauditas recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, durante viagem oficial ocorrida em 2019. O relógio foi vendido e, posteriormente, recomprado por preço mais alto depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenou que fosse feita a devolução dos objetos que o ex-presidente ganhou como presentes.

Conforme a PF, o advogado entrou no esquema de recompra dos objetivos, como relógios, para devolvê-los, após a determinação do TCU sobre as joias dadas a Bolsonaro. Já o pai do ex-ajudante Mauro Cid teria auxiliado na venda dos kits e emprestado sua conta bancária no exterior para recebimento dos valores dessas transações.

Estrutura para desviar presentes

Segundo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), as provas obtidas pela Polícia Federal revelam que durante a gestão de Bolsonaro foi criada uma estrutura para desviar presentes dados por autoridades estrangeiras no período em que estava na presidência da República.

A conclusão do ministro foi baseada na operação da PF, que fez buscas e apreensões contra o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente do Exército Osmar Crivelatti, o general de Exército, Mauro Lourena Cid - pai de outro ex-ajudante de ordens e também alvo das investigações, o tenente-coronel Mauro Cid -, e o ex-advogado de Bolsonaro Frederick Wassef. 

De acordo com Moraes,, os presentes recebidos durante viagens internacionais eram desviados para o acervo privado do ex-presidente e comercializados nos Estados Unidos, onde morava o general. Na gestão Bolsonaro, Lourena Cid trabalhava no escritório da Apex, em Miami. Entre os itens, estão relógios de luxo e obras de arte. 

“Os elementos de prova colhidos demonstraram que, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi criada uma estrutura para desviar os bens de alto valor presenteados por autoridades estrangeiras ao ex-presidente da República, para serem posteriormente evadidos do Brasil, por meio de aeronaves da Força Aérea brasileira e vendidos nos Estados Unidos, fatos que, além de ilícitos criminais, demonstram total desprezo pelo patrimônio histórico brasileiro”, disse o ministro na decisão. 

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