O Governo Federal brasileiro anunciou uma iniciativa ousada na luta contra a fome e a pobreza, denominada Aliança Global. O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou durante uma coletiva de imprensa em Brasília que a aprovação dessa aliança é vista como condição fundamental para o início do que ele chamou de "Primeira Guerra Mundial" contra esses desafios globais.
Dias enfatizou a necessidade de uma abordagem coletiva, descrevendo a Aliança Global como uma "guerra onde todos ganham" e destacando que combater a fome e reduzir a pobreza é uma causa prioritária. Ele citou dados do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo, ressaltando que, em 2022, as despesas globais com defesa atingiram um recorde de R$ 2,240 trilhões, indicando a urgência de redirecionar recursos para questões humanitárias.
A origem da Aliança remonta à decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Nova Delhi, na Índia, no ano anterior. Nesse momento, ele lançou os alicerces para uma força-tarefa visando a criação de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Essa iniciativa não se limita aos países do G20, mas busca envolver nações de todo o mundo.
O ministro Dias ressaltou a relevância ética do problema da fome, afirmando que é uma questão que nenhum líder pode ignorar, pois eventualmente será cobrado por sua população, especialmente em países democráticos. Ele destacou a necessidade de uma abordagem global, visto que muros e estruturas de segurança não podem conter pessoas de nações menos desenvolvidas que estão sofrendo com a fome.
Com diálogos em andamento com diversos países, incluindo México, Canadá, Estados Unidos, União Europeia, China, Ucrânia e os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), o ministro expressou otimismo quanto à adesão à Aliança Global. Ele enfatizou que, enquanto os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para 2030 foram acordados anteriormente, a Aliança Global serve como um instrumento voluntário para garantir a implementação efetiva desses objetivos.
A iniciativa da Aliança Global é aberta a todos os países, e o ministro Dias enfatizou que a implementação das políticas será adaptada à realidade de cada nação. A proposta inclui a oferta de uma "cesta" de experiências bem-sucedidas em políticas de combate à fome e à pobreza, com transferência de recursos e conhecimento entre as nações.
O ministro destacou as experiências brasileiras, como o programa Bolsa Família e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), como exemplos a serem compartilhados. Ele enfatizou a importância de aprender com as boas práticas e expressou a esperança de que a Aliança Global se torne um mecanismo eficaz na luta contra a fome e a pobreza em escala global.