Wellington Dias: desafios na aproximação do governo Lula com evangélicos

O ministro Wellington Dias comentou em entrevista sobre a queda na popularidade do governo de Lula e os obstáculos enfrentados pela gestão

Wellington Dias comenta sobre missão de aproximar governo do público evangélico | Divulgação/Roberta Aline/MDS
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🔍 A missão do Ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias de aproximar o governo Lula do público evangélico se tornou prioridade devido ao aumento da rejeição desse segmento em relação ao governo, além de sua função de liderar o Bolsa Família.  

📊 O QUE MOSTRAM AS PESQUISAS DE OPINIÃO: Pesquisas de opinião pública revelaram que, em março, a aprovação geral do governo diminuiu de 54% para 51%, enquanto a reprovação subiu de 43% para 46%, destacando-se uma crescente insatisfação entre os evangélicos, cuja reprovação passou de 46%, em agosto de 2023, para 62%, em março deste ano, de acordo com dados do IPEC.

🎙 ESFORÇO CONTRA "FÁBRICA DE MENTIRAS": Em uma entrevista à BBC News Brasil, o ministro destacou que o esforço para aproximar o governo do público evangélico é dificultado pela disseminação do que ele descreve como uma "fábrica de mentiras", que propaga informações falsas sobre a atuação do governo.

💬 REJEIÇÃO ENTRE EVANGÉLICOS: "Essa reprovação é mais presente em alguns segmentos como o religioso. E não apenas entre os evangélicos, mas entre os católicos também. Isso é muito mais resultado de uma disputa política que, como nunca na história do país, acabou indo para o campo religioso. E a gente precisa saber como trabalhar neste momento evitando que uma palavra fora do lugar venha a gerar alguma coisa [negativa] neste aspecto [...]".

🤝 "RESPEITAR OS DIVERGENTES": O ministro ressaltou a importância de se conectar com o público evangélico. "De um lado, é preciso trabalhar uma coisa que o governo já faz que é respeitar as igrejas, respeitar a liberdade religiosa de qualquer denominação. Do outro, é preciso trabalhar com as lideranças com base nas necessidades do povo. [...] A gente está trabalhando respeitando os divergentes, os líderes religiosos, sem perguntar em quem eles votaram e sem perguntar qual o partido da preferência".

OBSTÁCULOS: No entanto, ele reconheceu que as declarações do presidente Lula sobre a guerra na Faixa de Gaza tiveram um impacto negativo, contribuindo para o aumento da rejeição por parte desse público.

💬 "Não foi a posição do presidente, mas a forma deturpada que foi levada a muitos do povo evangélico. O Brasil sempre foi um país que teve uma relação respeitosa com Israel e isso não mudou. Mas há uma situação específica que o mundo inteiro está acompanhando. De um lado, houve um crime violento praticado contra Israel. Do outro, houve uma reação de Israel. Agora, qual é o ponto? Já não se trata mais de uma reação. Ali (Gaza) é uma região onde se está usando a fome como arma de guerra [...] Por isso que o Brasil se posiciona muito claramente pelo cumprimento dos tratados perante a ONU, dos quais Israel é signatário", afirmou.

💼 "RESPEITO À CONSTITUIÇÃO": Dias também comentou sobre os ataques do empresário Elon Musk ao STF. "Somos um país soberano, respeitamos os outros países, respeitamos os empresários, os trabalhadores, as pessoas de todos os países. O que queremos em troca? Respeito. Nós temos uma Constituição e leis" [...]Não sou eu que vou ficar avaliando a conduta dele. Estou falando de um fato a partir da informação de que ele não cumpriria decisões judiciais. [...] Se alguém diz que não vai cumprir uma decisão judicial, isso não é aceitável na democracia do Brasil. E acredito que em nenhum país democrático do mundo".

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