Na noite de quinta-feira (22), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) formalizou um pedido de impeachment contra o presidente Lula (PT), alegando que ele equiparou as mortes na Faixa de Gaza ao Holocausto. Confirmada pela Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados, a solicitação conta com o apoio de 140 deputados federais, incluindo membros de partidos aliados ao governo.
Cinco parlamentares adicionais expressaram interesse em assinar o documento, cujas assinaturas estão sendo verificadas pela secretaria-geral. Apesar da crise ter gerado apoio da oposição e mobilizado aliados de Bolsonaro em torno do pedido de impeachment, líderes de bancadas no Congresso Nacional enfatizam que as chances de prosperar são consideradas nulas.
A abertura do processo depende do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Lira não tem prazo para analisar esses pedidos, que podem ficar em sua gaveta por tempo indeterminado. Em caso de arquivamento da solicitação, pode haver recurso ao plenário. "Minha meta a princípio era cerca de 80 assinaturas, chegamos a 140. Quem sabe agora chegamos em 1/3 da Casa? A população está pedindo para seus deputados, isso é muito positivo", diz Zambelli à reportagem.
Para os deputados, a declaração polêmica de Lula foi crime de responsabilidade. A fala foi, segundo eles, "ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade".
Na terça-feira (20), um grupo de parlamentares do PL e da oposição ao governo concedeu uma entrevista coletiva à imprensa. Nela, Zambelli disse que o pedido "não é ideológico", mas que Lula cometeu crime de responsabilidade e que o Congresso tem "a responsabilidade de responder à altura".
Segundo a assessoria de imprensa da Câmara dos Deputados, há registros de 19 pedidos de impeachment contra Lula em seu terceiro mandato. Jair Bolsonaro (PL) teve 158 pedidos ao longo dos quatro anos em que esteve na Presidência.
(Com informações da FolhaPress - Victoria Azevedo)