Na manhã desta sexta-feira (28), dois advogados, identificados como Renato Queiroz e Leonardo Queiroz, denunciaram que foram agredidos na Central de Flagrantes de Teresina pelo delegado José de Anchieta Pontes. Os advogados divulgaram áudios relatando o ocorrido e pedindo apoio dos colegas de profissão. De acordo com o relato, o delegado teria agredido fisicamente os profissionais e puxado a arma para um deles.
Representantes da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Piauí, estão na delegacia para apurar o caso. Membros da Corregedoria da Polícia Civil também estão no local. A confusão teria começado após o delegado proibir que o advogado acompanhasse o depoimento de uma cliente. Imagens do circuito interno da delegacia serão utilizadas apuração do caso.
"Como o advogado afirma que foi agredido fisicamente e que teria sido ameaçado pelo delegado, nós instamos a Corregedoria da Polícia Civil para que se fizesse presente durante a lavratura desse procedimento, a outiva do advogado e da guarnição que acompanhava a ocorrência no momento em que o fato aconteceu. Além disso, também vai ser apurada a conduta do advogado, por isso os representantes da OAB também estão aqui. O delegado alega que houve excesso por parte do advogado e em razão disso é que teria havido o embate”, explicou a delegada Ana Luíza, da Corregedoria da Polícia Civil.
Ainda de acordo com a delegada, o advogado acompanhava um caso de agressão física, que resultou na condução de sua cliente à delegacia.
"Durante a madrugada houve a condução de uma ocorrência relacionada a uma agressão física que teria acontecido em um bar da zona leste, as vitimas estavam sendo ouvidas quando o advogado chegou para acompanhar a outiva e estava tentando persuadir o delegado a não fazer o procedimento, o delegado informou que não seria possível”,explicou.
De acordo com presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB-PI, a ação do delegado fere os direitos garantidos constitucionalmente aos advogados.
"O grande problema se deu porque o delegado queria restringir o advogado ao cliente para acompanhar o procedimento investigatório. Ele, inclusive, chegou a dar voz de prisão ao advogado no exercício da profissão, ferindo as prerrogativas do advogado. A partir do momento que ele negou esse acesso, o advogado se recusou a sair e ele usou da força para tirar o profissional do recinto”, afirmou.