Senador pela Rede, mas prestes a deixar a legenda, Fabiano Contaratoconcedeu entrevista nesta quinta-feira, 14 de outubro, ao Agora, da Rede Meio Norte; na ocasião, o parlamentar não descartou a possibilidade de ser candidato ao Governo do Espírito Santo nas próximas eleições, apesar de frisar que esse não será um pré-requisito para sua escolha de filiação.
"Continuo na Rede de Sustentabilidade, estou definindo a minha ida para outra sigla partidária. Não é uma situaçao que está fora de possibilidade (disputar ano que vem), se eu for para uma sigla partidária que construir um projeto de Governo, e o partido entender que meu nome, seja um nome bom para disputar o Governo, eu não me furtaria da responsabilidade, mas esse não é um pré-requisito para minha ida a um partido".
DENÚNCIA DE HOMOFOBIA NAS FORÇAS DE SEGURANÇA
Contarato repercutiu nas últimas semanas ao rebater as declarações com teor homofóbico de um empresário que prestou depoimento na CPI da Pandemia, no Senado. Agora, o senador também denuncia o preconceito enraizado nas forças de segurança. O indicativo é embasado por sua experiência própria como delegado.
"Talvez por isso eu tenha plena convicção de que isso ocorra nas forças de segurança pública, eu sou delegado com muito amor há 27 anos, passei no meu primeiro concurso em 1992, e por favor eu não estou falando isso por vaidade, mas passei em primeiro lugar na Academia de Polícia de São Paulo, e você vão entender porque eu tô falando isso, mesmo passando em primeiro lugar eu nunca fui promovido na carreira enquanto delegado de Polícia, eu tinha todos os títulos, a promoção se dá por merecimento e antiguidade, por merecimento eu sempre estava na cabeça da lista de quem estaria apto a promoção, porque tinha passado como professor substituto, delegado da Polícia Federal, mas a forma que se encontrava de me tirar da lista, era uma avaliação pessoal, então comportamento social, se eu não tivesse nota máxima eu saía da lista de merecimento e ficava apenas na de antiguidade, todos os 45 delegados de concurso que passaram comigo, mesmo eu passando em primeiro lugar, todos tomaram posse no mesmo dia, então o critério para desempate era a idade e eu era o segundo delegado mais novo no meu concurso, então eu nunca era promovido, então isso é a demonstração de um comportamento preconceituoso, hoje vejo isso com muita clareza", detalhou.
REFORMA TRIBUTÁRIA
O senador ainda defendeu que haja uma reforma tributária ampla, e não fatiada, criticando a ausência de uma participação mais efetiva da sociedade civil nos debates, principalmente na Câmara dos Deputados.
"Eu vejo que a Câmara dos Deputados, muitas matérias tem passado sem fazer um debate através das Comissões e chamado a sociedade civil, com uma participação muito efetiva e isso é muito ruim, ainda bem o Senado está tendo essa responsabilidade de não chancelar tudo que vem da Câmara. O que me preocupa é que está havendo no sistema tributário brasileiro é um fatiamento, quando se tem que fazer uma reforma tributária ampla. Essa Reforma tem que ser feita, mas ampla".
TERCEIRA VIA
No que se relaciona a disputa presidencial, Contarato sinalizou que todos os partidos têm legitimidade para lançar nomes, e caso o cenário se polarize entre Lula e Bolsonaro é preciso respeitar a vontade do povo. "Hoje o retrato que temos é uma possível candidatura do ex-presidente Lula que foi bem avaliado, e não podemos desprezar o atual presidente que tem de 20 a 30% dos eleitores fiéis a eles, temos que entender que os partidos políticos tem autonomia para construir planos de Governo, e a população tem o direito de escolher o projeto. Eu só não concordo quando se fala que tem que ser uma terceira via para tirar um dos dois, e isso me passa uma antecipação de não aceitar o pleito eleitoral, temos que aceitar a decisão da maioria".
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