Apenas mil crianças são adotadas por ano no Brasil. A demora no processo de adoção foi tema de audiência na Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa do Piauí. A demanda de processos de adoção é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos abrigos, que acabam vendo as crianças crescendo e longe do ambiente familiar.
Além da demora judicial, os abrigos enfrentam também a preferência das famílias que buscam na maior parte das vezes, crianças ainda bebês. "As crianças que estão nessas instituições de acolhimento, nem todas estão disponíveis para adoção. O problema é o tempo que leva para decidir se ela pode ser reintegrada ou não. Cerca de 50% dessas crianças conseguem a reintegração, mas em algumas vezes, nós vemos crianças retornando para os abrigos", disse Francimélia Nogueira, coordenadora do CRIA.
A Defensoria Pública do Piauí também esteve representada na audiência pública, e informou que as 250 crianças instaladas em 8 abrigos, a maioria não está disponível para adoção. "Nós temos que fazer algo para melhorar, pois a procura é grande, mas existe uma burocracia grande para disponibilizar essas crianças para adoção, por que as crianças possuem uma família natural e deve se fazer de tudo para as mesmas ficarem com essas famílias. Na última hipótese, é que pode se procurar uma família substituta na modalidade de adoção", disse a defensora pública Daniela Bona.