O delegado Gustavo Jung, do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) confirmou que adiretora do Hospital Areolino de Abreu, Maria Ocianira Barbosa de Sousa, foi indiciada como coautora intelectual do assassinato de seu noivo, o cabo Claudemir de Pádua Sousa, de 32 anos, executado com cinco tiros de pistola no momento em que saía de uma academia na avenida Principal do conjunto Sacy, na zona Sul de Teresina, no dia 06 de dezembro.
De acordo com o delegado geral, Riedel Batista, a polícia está investigando fraude em aposentadorias junto ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) praticadas por Maria Ocianira juntamente com Leonardo, apontado como mandante do crime.
“Ela [Ocianira] prestou um depoimento durante a investigação, passou 4 dias incomunicável, não foi encontrada pela polícia. Após prestar depoimento longo de mais de duas horas, colocou várias situações que não se sustentaram. Situações que foram comprovadas inverídicas, além da questão do relacionamento duplo em relação ao Claudemir e ao Leonardo e de ter mentido sobre envolvimento com Leonardo, apontado como mandante do crime, e o próprio Claudemir, vítima do crime. E também a atuação dela em ações ilícitas juntamente com o Leonardo. Há indícios e algumas provas em relação a isso. E tudo isso será encaminhado ao poder judiciário”, declarou.
Além do interesse amoroso, havia parceria em 'negócios' entre Ocianira e Leonardo
“Nós temos vários depoimentos, documentos, comprovações dessa vida dupla dela [Ocianira] e do duplo relacionamento e também dos indícios de participação dela nessas praticas fraudulentas do Leonardo”, acrescentou.
“Nós fizemos arrecadação de vários documentos, assinaturas, documentos públicos que sugerem aposentadorias fraudulentas. Estes documentos foram anexados junto aos autos do processo enviado ao Ministério Público. Em relação ao último testemunho, ele juramentado como testemunha, falou várias inverdades que foram comprovadas nos autos, principalmente a questão da amizade com o Leonardo”, detalhou.
Os dois tinham relacionamento onde realizavam fraudes contra idosos. Uma parceria de 'negócios', fraudar idosos junto ao INSS. A Polícia Federal passará a investigar o caso.
Motivação está sendo investigada: ciúme ou medo de que o cabo descobrisse a suposta associação entre Ocianira e Leonardo?
“Na verdade, essas duas situações estão interligadas, porque não podemos separar essas dois fatos. A questão da vida dupla, que é passional, e a questão profissional, ilícita em relação ao Leonardo. Essas duas questão estão ligadas. Foi um trabalho de 10 dias: interligar a conduta de cada um, fazer a individualização de cada conduta envolvida no crime. O trabalho de indiciamento foi feito pelo delegado Gustavo”, explicou.
Coautora intelectual, Ocianira planejva viajar com Leonardo
De acordo com o delegado, Ocionira e Leonardo chegaram a comprar passagens aéreas um dia antes do crime, que seria 05 de dezembro. Segundo o delegado, os dois planejavam passar o ano novo juntos no Rio Grande do Norte. Os dois também iriam para Amsterdam, na Holanda.
Segundo o delegado, Maria mantinha um relacionamento amoroso com Claudemir há três anos e estava noiva e iriam se casar em fevereiro de 2017, mas ao mesmo tempo, mantinha um relacionamento amoroso e profissional com o mandante do crime, Leonardo.
Nove pessoas indiciadas
“O papel da Polícia Civil está praticamente concluído, houve indiciamento de 9 pessoas, sendo 8 envolvidas diretamente na participação do crime e uma por falso testemunho. Esses autos do processo foram encaminhados ao Ministério Público, que é parceiro nosso em qualquer tipo de inquérito. Agora o poder judiciário irá fazer diligencias complementares”, afirmou.
“Existia os matadores, que são executores, os olheiros, pessoa que forneceu carro e as armas e intermediário, além dos mandantes", disse.
Foram indiciados Leonardo Ferreira Lima e Maria Ocianira Barbosa de Sousa como mandantes; Weslley Marlon Silva e Flávio Willames da Silva, conhecido como Bruno ou Boneco, como executores; Igor Andrade de Sousa, acusado de entregar as armas; o taxista José Roberto Leal da Silva, vulgo Beto Jamaica, acusado de intermediação do mandante do crime, que pagou R$ 20 mil e os pistoleiros Francisco Luan de Sena e Thais Monait Nere de Oliveira, acusados de indicarem onde Claudemir estava; e o instrutor de autoescola Wagner Pereira Falcão ,amigo de Leonardo, indiciado por testemunho falso em depoimento, e se segando dar informações importantes.