Nesta quarta-feira (07), o superintendente da Caixa Econômica no Piauí, José Elisomar, participou do Jornal Agora para comentar sobre as dificuldades enfrentadas pelo setor imobiliário do estado no que diz respeito aos processos burocráticos.
Segundo o superintendente, a demora nestes processos tem influência nos altos preços presos praticados por este mercado no Piauí e, especialmente, em Teresina.
“A burocracia tem que existir no setor público porque ela tem a finalidade de dar transparência, agora a gente não pode entender a burocracia como um custo adicional, principalmente no setor imobiliário. Se um empreendedor adquire um terreno, até a finalização da unidade ele tem um custo financeiro. Mobiliza recursos para comprar o terreno e da negociação à transação no cartório, ele leva em média 45 dias, isso significa que o dinheiro ficou parado por 45 dias sem nenhuma rentabilidade, sem gerar nenhuma receita, isso é custo, que vai ser adicionado no valor final do imóvel”, afirmou.
De acordo com José Elisomar, a modernização dos processos promovida pelos órgãos públicos na cidade de Fortaleza tem implicado em uma diferença de preços de até 20% nos empreendimentos vendidos na capital cearense em comparação com Teresina.
“Isso fica claro quando você olha quanto custa um apartamento em Fortaleza, em um bairro de classe média, e olha aqui em Teresina. Você vai ver que lá é, pelo menos, 20% mais barato que Teresina. Isso porque você tem uma série de fatores que encurtam o prazo da produção à entrega e, consequentemente, a rentabilidade do construtor está preservada. Então, a gente tem imóveis mais caros em Teresina em comparação à outras capitais e cidades do porte de Teresina”, destaca.
Ainda segundo o superintendente da Caixa, em 2017 foram aplicados R$ 630 milhões no crédito imobiliário no Piauí, valor abaixo do estipulado pelo banco para o ano.
“No ano passado, nós aplicamos em torno de R$ 630 milhões no crédito imobiliário e poderíamos ter emprestado mais. Para esse trimestre, nós temos em torno de R$ 70 milhões e aplicamos em torno de 70%. Estamos com dois anos com pouquíssimos lançamentos em Teresina”, destaca.