Nesta terça-feira (22), o ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda, Ciro Gomes (PDT) concedeu uma entrevista exclusiva à Rede Meio Norte, em Brasília.
Na entrevista, conduzida pela jornalista Samanta Cavalca, o ex-prefeito de Fortaleza comentou a situação política brasileira e falou sobre o interesse de ser candidato à Presidência da República, em 2018.
"A hora agora é de construir caminhos para o Brasil e não se impor como projeto pessoal. O PDT definirá se eu sou candidato, tenho muito entusiasmo e experiência, são 36 anos de vida pública. Governei o 8º estado do Brasil, a 5ª maior capital do país, servi ao país como ministro da Fazenda, ajudei a fazer o Real e com essas credenciais e sem nunca ter respondido a um inquérito sequer, eu acredito posso, modestamente, colaborar”, afirmou.
Ciro Gomes comentou o episódio que resultou na demissão do Ministro da Cultura, Marcelo Calero, que deixou o Governo Temer alegando estar sofrendo pressões do ministro Geddel Viera Lima para liberar um empreendimento imobiliário em Salvador.
"Isso é a coisa natural de um grupo de quadrilheiros que tomou o poder no Brasil explorando uma justa queixa do povo com a decepção com o governo Dilma e o Brasil, infelizmente, conhece essas vulgaridades e não sabe o que de fato mais profundamente está por baixo dos panos”, disse o ex-governador.
Ciro defendeu que a única saída para que o Brasil retome o crescimento é a volta dos investimentos.
"O Brasil tem que retomar a sua estratégia de crescimento econômico, fora disso não tem como nós respondermos ao drama do emprego, ao drama do salário e ao drama da arrecadação. No caso do nordeste, não basta a retomada pura e simples do crescimento, é preciso que a gente qualifique o esforço de crescimento da região”, disse.
Fim do PT
Ciro Gomes negou que impeachment da presidente Dilma Rousseff tenha decretado o fim do Partido dos Trabalhadores. De acordo com ele, o partido paga o preço por aliança equivocadas.
"Nem ninguém inventa uma organização importante como PT do dia para a noite, nem destrói uma organização assim do dia para noite. O PT paga um merecido preço pela contradição. O partido cometeu o mais grave de todos os erros, que foi a conciliação política com a bandidagem do Brasil e pior do que isso, colocou na linha de sucessão da República brasileira uma quadrilha”, afirmou.