O diretor-geral do Instituto de Águas e Esgotos do Piauí, Herbert Buenos Aires, durante entrevista ao vivo para o jornal Agora, da Rede Meio Norte, falou sobre o qual o objetivo do órgão que deverá substituir gradativamente a Agespisa. Além disso, abordou assuntos como abastecimento e a constante falta de água em bairros da capital.
“O instituo terá amissão de substituir a Agespisa naqueles contratos que ela tem hoje com os municípios piauienses. O principal objetivo é tratar a situação financeira vivida pela empresa hoje que não permite tomar recursos e financiamentos junto ao governo federal. Aliás, sem esses recursos, não temos a condição de avançar no investimento em termos de água e principalmente esgoto aqui no Piauí. Nós temos um Plano Nacional de Saneamento Básico que determina que, no Brasil, a gente tenha até o ano de 2033 atingido em termo de atendimento de água e esgoto a todo a a população. A diferença é que o instituo é uma autarquia e a Agespisa é uma empresa”, explica.
A Vila Samaritana, na zona Leste de Teresina, é um os bairros mais atingidos pela falta de água. Seu Nilton e Dona Maria das Neves convivem com a falta de água quase todos os dias da semana. “Quem tem balde ou caixa d'água consegue passar dois ou três dias sem água, mas quem não possui?”, lamenta o comerciante.
A esposa conta as dificuldade que passa para realizar simples tarefas do cotidiano, já que há mais de 24 horas o bairro encontra-se sem água nas torneiras. “Situação difícil. A água custa chegar e quando chega é fraca e não se sustenta por muito tempo”, reclama.
A aposentada Zenúbia Alves diz que o problema se repete a cada ano que passa. “Ninguém toma banho, ninguém lava roupa e não consegue fazer nada sem água. Todo ano acontece isso e ninguém faz nada”, afirma.
A falta de água ocorre com muita frequência na Vila Samaritana, Vila Sabnta Maria de Jesus. Na zona Sul, o bairro Parque Piauí também enfrenta o mesmo problema.
“No tenho caixa d'água e não fomos avisados da falta de água. Eu tive que ir até o Promorar só para conseguir água para fazer almenos o almoço”, declarou o morador do bairro, José de Ribamar.
“Ontem, por exemplo, faltou por 4 horas e chegou não água, mas lama”, diz outra moradora.
O diretor-geral Herbert Buenos Aires revela o que está sendo feito para melhorar.
“Essa questão da intermitência de água atende a diminuir ali na zona Norte com a implantação da nova Estação de Tratamento que está faltando apenas a parte elétrica. Por hora, ela ainda é de responsabilidade da Agespisa que tem uma série de investimentos programados aqui. Infelizmente, alguns atrasaram e não foram colocados em prática ainda, embora alguns investimentos estejam sendo feitos. Teresina tem uma boa cobertura de água. O problema é mais relacionado a esgotos, pois temos uma baixa cobertura de esgotos aqui. Em termo de água, a gente precisa fazer substituição de tubos, melhorar no geral. Eu acredito que não é só fazer construir uma Estação, mas também melhorar distribuição, fazer reservatório. Esses investimentos em água ainda precisam ser feitos de forma mais amplas na capital, porque ainda temos tubulação com 30 anos. Esse debate sobre saneamento no Brasil está atrasado há pelo menos 1 século em relação a países como Estados Unidos e Europa. Só agora, neste século, tivemos uma Lei que de fato definiu e foi um marco regulatório do setor e permitiu inclusive a presença de empresas privadas nesse seguimento. Você tem hoje um desenho diferenciado em cada cidade. Teresina tem uma companhia de saneamento, mas que enfrenta vários problemas. Daí a necessidade de ser substituída pelo novo Instituto”, acrescenta.
Herbert Buenos Aires cita que investimentos milionários serão feitos nos próximos meses.
“Entra a possibilidade de parceria com empresas privadas, já que é uma realidade e nós temos uma necessidade de universalizar água e esgoto em Teresina. Para conseguir isso, precisamos de um investimento de R$ 1.700 bilhões até 2033. Para o interior, o calculo é acima de R$ 100 milhões ano para universalizar água e esgoto até 2033”, revela.