O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, concedeu entrevista ao vivo para o programa Agora, da Rede Meio Norte, onde falou sobre o mandado de busca e apreensão realizado na casa do senador Ciro Nogueira.
De acordo com Kakay, Ciro Nogueira caloborou desde o início das investigações e não há o que temer. Para ele, as buscas e apreensões foram desnecessárias.
“Foi uma surpresa poque o senador, desde o inicio desta investigação, estava colaborando. No meu ponto de vista, foi desnecessário e eu ficou mais indignado. A defesa não está tendo a oportunidade de trabalhar, já que nós não sabemos os motivos dessa busca. As delações não foram abertas para nós. Eu acho que um processo onde um senador se coloca à disposição da justiça não precisaria disso. Quero registrar aqui minha indignação. Só tem direito às informações o Ministério Público e a Polícia?”, disse.
“É uma busca e apreensão desnecessária. O que foi apreendido não nos preocupa, mas o ato em si. O abuso. É Lamentável. O que nós estamos dizendo é que em uma operação que já dura 40 dias, sempre colaboramos. Em que se baseou essas apreensões?não sabemos. Acho que há uma inversão na forma de investigação. Hoje você têm a busca e apreensão banalizada, porque houve uma banalização dessas medidas invasivas.Aliás, todos nós somos contrários à corrupção. Que país queremos depois disso? Enfrentar corrupção passando por cima de direitos? Precisamos garantir a preservação dos direitos individuais. Ele não tem acesso ao motivo da operação, pois precisa saber do que está sendo acusado. Ciro é uma pessoa séria, tranquila e não há o que temer. Eu não peso muita coisa”, afirma Antônio Carlos.
Questionado sobre o fato das informações terem sido acessadas somente pela revista "Veja", Kakay disse que se trata de um 'vazamento criminoso'.
“É mais do que privilegio. É um vazamento criminoso. Quando a mídia têm acesso, claro que pode publicar. Agora, qual o objetivo de vazar? Há um vazamento criminoso e sistemático. Se teve acesso, pode publicar. Alguém deliberadamente está vazando tais informações de forma criminosa.
“Nós estamos trabalhando no Supremo Tribunal Federal (STF). Se ele não nos der acesso, não temos como recorrer. Os direitos individuais estão sendo atingidos. No é possível fazer investigação sem que o acusado tenha acesso a todas as provas concedidas”, finalizou.