Nilton Filho, irmão da primeira-dama de Lagoa do Sítio, participou por telefone no Programa Agora afirmando que a família prefere não se pronunciar sobre o caso até que investigações sejam concluídas.
“Nós não queremos manifestar nenhuma opinião, porque não fomos oficialmente notificados nem avisados pela polícia para dizer quem é suspeito e quem não é. Apenas estamos ouvindo que minha irmã foi morta a tiros, mas não fomos avisados de nada. Minha irmã e seu marido viviam muito bem, todos na cidade sabem do amor que existia entre eles, eles andavam muito juntos e ele sempre declarava que amava ela demais. Não temos informações oficiais de que ele ajudou a matar ela, para nós é muito difícil acreditar nisso porque o amor que ele demonstrava por ela era muito grande e todos viam”, declarou Nilton Filho.
Delegado Willame Morais, também esteve no Programa Agora e deu detalhes do trabalho da polícia frente ao crime que culminou na morte da primeira-dama.
“Quando chegamos na casa do prefeito, deixamos as pessoas bem livres para depor. A perícia estava lá e o prefeito também, segundo o prefeito, as 8h30 ele percebeu a morte da esposa, percebendo uma maneira diferente da que havia deixado. O depoimento dele nos chamou atenção é que quando achamos uma pessoa amada ferida, a primeira ação é socorrer, o que não foi feito. Todos dizem que eles não tinham inimigos e confirmam que o prefeito saiu de casa bem cedo para ir ao sítio. O que ocorre é que não há dúvidas de que o prefeito e a empregada estão envolvidos na morte de Gercineide”, declarou Willame Morais.
Entenda o caso
O prefeito de Lagoa do Sítio a 240 km de Teresina, José de Arimatéia Rabelo, o Zé Simão, foi preso na noite desta terca feira(10), acusado como principal suspeito pelo assassinato de sua mulher, a primeira dama Gercineide de Sousa Monteiro Rabelo, de 35 anos, que apareceu morta às 8h30 na cama de sua residência onde morava com o prefeito.
O secretário de Segurança Pública, Fábio Abreu, afirmou que José Simão foi preso pelo delegado de Valença, Maycon Braga e o gerente de policiamento do interior, Williame Moraes, como principal suspeito pela morte de sua esposa. Segundo Fábio Abreu, a prisão foi feita por que Gercineide foi assassinada com um tiro na cabeça, mas em seu depoimento inicial o prefeito José Simão disse que ela teria cometido suicídio ou teria sofrido um ataque cardíaco, já que tinha saído às 5h30 da residência, tinha dado um beijo nela e ido para uma lavoura que tem na zona rural, mas o exame feito no IML em Teresina, onde o corpo foi levado, constatou que a primeira-dama tinha sido morta com um projétil de um revólver de calibre 38 na cabeça, entre 00h horas de segunda-feira e 1h de terça-feira.
"Pela apuração foi constatado que o crime ocorreu antes do prefeito sair de casa e não há sinal de arrombamento na residência”, declarou Fábio Abreu. O secretário ainda informou que Zé Simão foi transferido de Lagoa do Sítio para Teresina.
Prefeito acusado de matar primeira-dama tinha caso com a empregada
O deputado federal e futuro Secretário de Segurança, Fábio Abreu, declarou em uma entrevista concedida na manhã desta quarta-feira (11), que o prefeito de Lagoa do Sítio, José de Arimatea Rabelo, o Zé Simão, acusado de matar a sua esposa e primeira-dama Gercineide Rabelo, teve a ajuda da empregada da residência, e que o crime ocorreu porque os dois tinham um caso e queriam 'eliminar' a mulher.
"Essa versão dele de infarto ou morte natural foi apresentada no início e no próprio local policiais e a perícia que foi encaminhada de Teresina para Lagoa do Sítio constataram que havia sangramento no ouvido e na boca e a partir daí, com a perícia realizada foi constatado que se tratava de um disparo de arma de fogo, inclusive o projétil foi localizado no crânio da mulher. A informação dele é de que tinha saido 5h40 até um sitio dele e quando retornou 8h ela já estava morta, mas a própria perícia constatou que ela foi morta no máximo as 1h da madrugada. Com esse álibi caindo por terra houve um confronto das informações e a empregada ao ser interrogada disse que ela teve a participação direta no crime, a conclusão é de que ela estava tendo um caso com o próprio prefeito e eles juntos resolveram eliminar a primeira-dama", afirmou ele.
O secretário destacou ainda que a hipótese de suícidio foi prontamente descartada e o caso está solucionado. "Para se configurar alguma coisa com suicidio deveria ter a pólvora próximo do ouvido, e não tinha, havia um travesseiro utilizado para não deixar a pólvora e a empregada guardou a arma. Quem teria feito o disparo foi o próprio prefeito, muito provavelmente a arma pertence a ele. Agora ele está sendo encaminhado para Teresina junto com ela e vamos localizar um lugar para que ele fique preso em um local especial. Tudo indica que o caso vai ficar com a regional de Valença. Foi constatado também que não houve nenhuma briga, ou discussão, muito provavelmente ela foi morta enquanto dormia", declarou.