A mãe prefere não ser identificada por medo de retaliações, mas nas últimas semanas ele foi a quatro escolas particulares de classe média de Teresina com o intuito de matricular seu filho, mas não teve êxito.
A criança de 6 anos possui uma deficiência cerebral, por conta disso não fala e não escreve. Assim nenhuma escola aceita cuidar da educação da criança.
“As escolas não estão adaptadas, não sabem avaliar. E disseram que eu tinha que contratar profissionais que são de responsabilidade deles. O MEC deu dez anos para as escolas se adaptarem a realidade de pessoas como meu filho, então o MEC me diz: matricule seu filho! E as escolas não o aceitam, eu faço meu papel de mãe, mas onde está a inclusão?”, disse a mãe.
A equipe do Programa Agora entrou em contato com dois dos quatro colégios visitados pela mãe. No primeiro colégio a equipe de reportagem foi convidada a conversar com a coordenação pedagógica pessoalmente. Já a segunda escola convidou a família afazer um teste, que segundo a mãe, o teste foi realizado, porém não teve efeito positivo.
“No teste a coordenadora me perguntou se eu não ficaria chateada se meu filho repetisse o ano, sem nem conhecer o desempenho dele. Eu disse para ela que não sabia”, disse.
Segundo a mãe, não houve procura por escolas públicas para matricular o filho. Ela conhece muitas mães que lutam na justiça pela inclusão de seus filhos.
Segundo a advogada dos Direitos da Pessoa com deficiência da OAB, Justina Soares, não há limite para crianças com necessidades especiais.
“As escolas precisam estar adaptadas a receber toda e qualquer criança que tenha deficiência. Esses testes servem apenas para avaliar em que série essa criança será matriculada. O colégio que não for acessível não pode funcionar. A legislação também prescreve pena de 2 a 3 anos para a pessoa que negar matrícula e multa de mais de 20 salários mínimos a pessoa lesada”, disse Justina Soares.
Clique e curta o Portal Meio Norte no Facebook