Atualizado às 13:35
Prima da vítima afirma que ele era esquizofrênico e agressor usou mangueira para enforcá-lo
A prima do homem acusado de estupro e espancado até a morte relatou em entrevista à Rede Meio Norte que Franklin tomava remédio controlado, mas nunca fez mal a ninguém. “Ele é meu primo, mas considero como irmão, nós fomos criados juntos. E posso dizer com toda certeza que ele é incapaz de fazer mal a qualquer pessoa. Nunca estuprou ninguém, não tem passagem pela polícia. Ele tem sim distúrbios, era esquizofrênico, tinha entrada no Caps e no Meduna, mas tomava remédio controlado. Hoje é o aniversário da mãe dele, e olha o presente que ela ganhou”, disse ela em tom de desabafo.
A jovem acrescentou ainda que Flamarion usou uma mangueira para estrangular Franklin. “Estão dizendo que foi a população, em momento algum se vê outra pessoa perto dele nas cenas. Eu comparei a delegacia, e lá disseram que o laudo tinha sido morte por espancamento e estrangulamento, mas estão afirmando que ele foi estrangulado por populares, o que é mentira. Dá para ver claramente nas imagens que ele que está com a mangueira, ele bateu no meu primo e o estrangulou. As testemunhas disseram ainda que o agressor estava com um facão, se não tivessem tomado o facão dele ele ia matar meu primo com essa arma”, declarou.
O Promotor Benigno Filho, do Tribunal do Júri, afirma que muitas pessoas agem po impulso por não acreditar nas instituições e em Deus.
“Esse homem que matou o rapaz nunca lembrou que estava agredindo um ser humano. Será que essa jovem de 15 anos foi realmente agredida? Tinha marcas de violência? Se não havia nada disso, para que essa agressão brutal? Ele nunca devia ter agido assim, com impulso incontrolável. Esse caso merece um estudo detalhado do Ministério Público, pois muitas pessoas estão nas imagens e não tomam ação. Testemunhas e parentes afirmam que o rapaz tinha problemas mentais e nunca agrediu ninguém e fazia tratamento para patologia mental”, disse Benigno Filho.
Para o sociólogo e especialista em segurança, Arnaldo Eugênio, a justiça com as pŕoprias mãos não garante sentimento de segurança.
“OS valores positivos não são mais os principais valores da sociedade. Há um desrespeito. Nesse caso um crime, um ato desumano, com pessoas assistindo. Muitos crimes são incentivados também pela impunidade”
Coronel Alberto Menezes afirmou que uma reunião com moradores do bairro foi feita para colher mais informações, e que o acusado de matar o jovem com distúrbio mental, está preso.
Acusado de estupro é espancado até a morte na zona Norte de Teresina
No final da tarde desta quarta-feira (10/12), um homem identificado como Franklin de Oliveira Castelo Branco, de 30 anos, foi espancado até a morte pelo enfermeiro Flamarion Barbosa na rua Ceará, no bairro Pirajá, zona Norte de Teresina.
De acordo com informações da polícia, o homem foi agredido com socos e pontapés após ter sido acusado de abordar a filha de Flamarion de apenas 15 anos que fazia caminhada na avenida Maranhão e tentado arrastá-la para um matagal próximo.
O momento em que o agressor fica em cima da vítima foi gravado por várias pessoas que se encontravam no local. Após perceber que o homem estava sem vida o próprio Flamarion tentou reanimá-lo, mas sem sucesso.
A família de Franklin nega as acusações e afirma que o homem era muito querido por todos. “Eu gostaria que fizessem uma reportagem onde ele mora, meu sobrinho não era bandido, é servo do senhor, evangélico, ele tinha problemas com a cabeça mas não mexia com ninguém. Quando ele passava por algum lugar ele sempre estava cumprimentando as pessoas, dando a paz de cristo, ele era um menino muito querido. A filha dele, que na verdade nem é filha, é enteada pedia o tempo inteiro para ele parar, falava que ele não tinha feito nada, e esse monstro continuou agredindo meu sobrinho. Ele é lutador de jiu jitsu e meu sobrinho nunca brigou, não sabia nem brigar. Bandido é esse covarde que a polícia tem que deixar preso”, desabafou a tia de Franklin.
Já familiares do agressor contam fatos diferentes do ocorrido e afirmam que muitas pessoas ajudaram no momento do espancamento. “A gente fica triste com o que aconteceu, mas quando falaram que o Flamarion é um assassino, que ele é um cara que estava bêbado, é lutador, é tudo mentira. Ele não é lutador, ele nunca nem fez artes marciais na vida dele. É um cara bastante conhecido, muitas pessoas ficaram surpresas com o acontecido. Para você ver como ele não tem problema, ele poderia até ter saído do flagrante mas continuou no local, não resistiu a nada, foi com o próprio carro dele até a Central e ele mesmo ligou para a polícia. O que nós ficamos sabendo é que a enteada dele estava fazendo caminhada na avenida Maranhão, e ele estava lavando o carro nas proximidades. Quando esse cidadão abordou menina falando coisas e aliciando ela, ela ficou desesperada e saiu caminhando mais rápido e ele continuou atrás, ela então resolveu correr, quando ela correu falou logo para ele e ele desesperado saiu em perseguição. No momento em que ele conseguiu abordá-lo a população ainda chegou a agredi-lo, não foi só ele. Depois ainda tentou fazer uma reanimação, mas viu que não deu certo e ficou aguardando a policia. Cabe agora aos policiais apurar os fatos para descobrir as outras pessoas”, declarou um parente de Flamarion que não quis ser identificado.
O suspeito da agressão foi encaminhado à Central de Flagrantes e irá responder por homicídio. A polícia investiga também a hipótese de outras pessoas terem participado da agressão.
O corpo de Franklin de Oliveira foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Teresina (IML) para os procedimentos legais.