Nesta quarta-feira (29), o quadro Jogo do Poder exibiu uma entrevista exclusiva feita pela jornalista Samantha Cavalca com o prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), que está em Brasília para, entre outros assuntos, tentar liberar recursos do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) para a capital.
O tucano foi menos enfático quanto à possibilidade de deixar a prefeitura em 2018 para se candidatar ao governo do estado. No auge do impasse ocasionado pela conturbada eleição para a presidência da Câmara Municipal de Teresina havia anunciado que sua vontade de ser candidato a governador havia sido ampliada pelo que ele classificou como interferência externa na eleição da mesa diretora da Câmara.
“Eu tenho dito do nosso compromisso com a cidade de Teresina e isso torna bastante difícil a nossa saída da Prefeitura Municipal. Agora, todo mundo sabe que existe uma pressão muito grande dos nossos amigos e da militância para que a gente possa lançar uma candidatura majoritária. Exatamente por isso nós vamos usar todo o prazo para que a gente possa nos posicionar. Eu diria que se fosse hoje eu não seria candidato, porque existe esse compromisso que fala mais alto que qualquer pressão”, disse o prefeito nesta quarta-feira.
Firmino, no entanto, afirmou que as repercussões destas interferências na eleição da Câmara Municipal ainda serão sentidas nas eleições majoritárias de 2018.
“A possibilidade de eu me tornar candidato se tornou bem maior depois daquele evento e continua bem maior. O que aconteceu foi a existência de um fato na política local que teve consequências estaduais. Nós tivemos, infelizmente, um ato de deslealdade e desrespeito e isso provocou uma reação por parte nossa em relação ao PMDB e para nós é página virada. Sempre digo que bala trocada não provoca dor, agora isso, obviamente, trouxe repercussões em nível estadual e acredito que ano que vem nós vamos viver ainda todas essas repercussões”, afirmou.
O prefeito de Teresina deixou claro que estará no mesmo palanque do senador Ciro Nogueira em 2018 e afirmou que este momento é propicio a muitas especulações.
“Nós temos um dever de gratidão com o senador Ciro Nogueira, 80% ou 90% de tudo que nós conseguimos foi com a ajuda do senador Ciro Nogueira, devo dizer que em gestões anteriores nós não tinhamos tido esse apoio dele, mas nós nunca tinhamos tido qualquer tipo de aliança política. Isso fez com que, do ponto de vista político, nós tivéssemos uma aliança bastante consolidada, estamos conversando bastante sobre o quadro político do Piauí, sobre o futuro, as perspectivas e nós já temos a definição de que vamos votar no senador Ciro Nogueira para a sua recondução. Devo dizer que esse momento pré-eleitoral é o momento em que aqueles que gostam de política começam a trabalhar todas as alternativas, todos os cenários”, destacou.
Relação com Jeová Alencar
Sem dar muitos detalhes, Firmino Filho relatou que esteve reunido com o presidente da Câmara Municipal, Jeová Alencar, para buscar superar o episódio da eleição da mesa diretora da Casa. “Tivemos uma conversa bastante sóbria e madura, houve o reconhecimento de parte a parte de erros que foram cometidos durante este processo. Já fumamos o cachimbo da paz”, brincou.
Nome da oposição no Piauí
Questionado se ele seria o nome que a oposição precisaria para fazer frente à popularidade do governador Wellington Dias em 2018, o prefeito desconversou. “Difícil responder. Não tenho feito pesquisas, acompanhado a evolução do quadro, não tenho a menor dúvida que os marqueteiros e os estatísticos podem responder isso melhor do que eu”, disse.