Mais de 90% dos partos realizados na rede privada de saúde são feitos por cesariana. Esses dados estão bem acima dos 15% recomendados pela Organização Mundial de Saúde e isso gera dezenas de discussões.
Hariel Rosa está grávida de oito meses e por conta de complicações vai ter que fazer parto cesariano, mas ela não queria passar por esse procedimento.
“Na última ultrassom foi detectada uma pequena complicação, onde o bebê está com laços no pescoço, o corsão umbilical não é muito grande, então o parto normal já seria um risco. Eu preferia que fosse parto normal”, declarou Ariel.
O caso da jovem Hariel Rosa é uma caso raro, a maioria das gestantes preferem fazer cirurgia cesariana ao dar à luz e alguns médicos também, afinal este tipo de parto é mais lucrativo.
Para conter o que se considera a 'indústria da cesária', o Governo determinou que os médicos terão de fazer um registro gráfico de tudo que ocorreu no momento do parto. Esse documento indicará porque certo procedimento foi adotado.
A maioria dos médicos não concordaram com essa determinação.
“O papel do médico é explicar as vantagens e desvantagens de cada procedimento, mas você verá que as mulheres preferem cesariana e o governo não pode impor isso a sociedade”, declarou Emanoel Pacheco, presidente do Conselho Regional de Medicina do Piauí.
O parto cesariano aumenta em 120 vezes o risco de complicação respiratórias para o bebê e triplica o caso de mortes de mães. Ainda assim os profissionais preferem esse procedimento.
“O parto normal é mais seguro e a mulher se recupera mais rápido, por outro lado ele é mais elaborado, a mulher sente mais dor e uma falha técnica pode levar a um sofrimento grave para a criança”, disse Emanoel Pacheco.