No último domingo (19), a criança Ana Clara, de 1 ano e um mês faleceu no Hospital do Promorar, em Teresina.
Segundo informações preliminares, Ana Clara foi socorrida pela equipe do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levada ao hospital do Promorar com graves sinais de desidratação e níveis altíssimos de anemia.
Dessa forma, profissionais de saúde estranharam a situação calamitosa em que Ana Clara se encontrava e desconfiaram de que ela estivesse sofrendo maus-tratos, acusando a mãe de ser a responsável pela morte da criança.
Maria da Cruz Silva, mãe de Ana Clara foi presa e levada à Central de Flagrantes e logo após encaminhada para o 4° Distrito Policial, onde o Delegado José de Anchieta investiga o caso.
Maria foi encaminhada ao 13° Distrito Policial, onde está presa desde domingo. Ela não participou do velório e enterro da sua filha.
Porém na manhã desta terça-feira (21) o laudo do Instituto Médico Legal deixou claro que a morte de Ana Clara não foi causada por maus-tratos. Segundo o laudo, Maria da Cruz é inocente.
Agora deve ser apurado de onde foi o erro em acusar a mãe de cometer maus-tratos contra sua própria filha.
Maria da Cruz passou mal no 13° Distrito Policial, onde ainda está presa. Ela foi levada ao Hospital do Monte Castelo, onde ficou por 20 minutos em observação médica. A jovem desmaiou e muito emotiva falou da tristeza de ser responsabilizada pela morte da filha.
“Eu cuidava bem dela, levei ela três vezes ao hospital e não a medicaram, nem colocaram soro. Eu amava minha filha, eu só tinha ela. Não me deixaram participar do velório nem do enterro. Eu cuidava muito bem da minha filha”, disse Maria da Cruz, bastante abalada.
Após ser medicada, Maria da Cruz foi levada ao 4° Distrito Policial, onde o Delegado responsável pelo Distrito, afirmou estar convencido de que nem a jovem mãe nem o pai são culpados pela morte de Ana Clara.
Segundo o Delgado José de Anchieta, responsável pelo caso, as investigações a cerca da morte de Ana Clara continuarão em andamento até a conclusão do inquérito.
André Santos, pai da criança Ana Clara, esteve ao vivo no Programa Agora pedindo uma solução. Ele espera que seja feita justiça na apuração da morte da criança.
“Ela era bem tratada, lá na Chapadinha, onde moramos, todos sabem que ela é bem tratada. Antes das eleições levamos ela para o hospital e o médico apenas disse que ela estava nascendo os dentes e por isso passava mal. Depois disso ela nunca ficou bem. Minha esposa ainda está presa, esperando a justiça liberar ela”, disse André Santos.
Segundo o Delegado Geral, James Guerra, um laudo provisório foi emitido declarando que Ana Clara apresentava hematomas que atestavam maus-tratos.
“O delegado entendeu naquele momento que havia necessidade de uma prisão. Porém após a emissão do laudo definitivo, foi constatado que não existe relação entre os hematomas e a morte da criança”, disse James Guerra.
Em ligação telefônica, Lorena Borges, enfermeira chefe do Hospital do Promorar, esclareceu que a criança chegou ao hospital levada por uma tia que, segundo Lorena, afirmava que Ana Clara estava sofrendo maus-tratos em sua residência e que pegou a criança para levar ao médico porque os pais não estavam preocupados com ela.
"A criança estava precisando de atendimento médico urgente. Ela foi muito bem atendida pela equipe do SAMU e pela equipe do hospital. O atendimento que ela recebeu foi exemplar. Eu vi como Ana Clara estava e fiquei muito triste porque ela apresentava hematomas. Ninguém poderia se omitir de denunciar à polícia, mas minha função enquanto profissional da saúde eu fiz. Agora todos nós esperamos que tudo seja esclarecido", declarou Lorena Borges.
O inquérito continuará em aberto e a Polícia Civil irá trabalhar neste caso e após realização de exames complementares a causa da morte de Ana Clara será esclarecida.
Por: Fabrize Lima
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