Nesta quinta-feira (25), o quadro Jogo do Poder repercutiu a condenação do ex-presidente Lula pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no processo do triplex do Guarujá. Os jornalistas analisaram os próximos passos no âmbito judicial e político, com a possibilidade de o petista não conseguir concorrer à presidência nas eleições de outubro.
O quadro Jogo do Poder trouxe as opiniões de algumas das principais lideranças políticas do Piauí acerca da condenação do ex-presidente.
O líder da oposição ao governador Wellington Dias (PT) na Assembleia Legislativa, Robert Rios (PDT), destacou que a condenação de Lula representa o fim da impunidade no país, embora afirme que não é justo que nenhum brasileiro comemore a decisão dos desembargadores.
“Não é justo que nenhum brasileiro comemore a condenação do Lula. O Lula foi um grande brasileiro, um grande presidente, fez muita coisa por este país, mas, se perdeu no percurso. O Lula se perdeu no exato momento em que ele se aliou com as velhas raposas, que desde a ditadura, roubavam o Brasil. A condenação do Lula representa mais que uma pena, representa o fim da impunidade no Brasil”, afirmou.
Já o deputado federal Silas Freire (Podemos) ressaltou que os mesmos critérios utilizados nos julgamentos do ex-presidente devem ser usados na análise dos processos de outros políticos, que ainda não foram condenados.
“Eu não vou entrar no mérito se foi justou ou injusto, quatro magistrados chegaram à conclusão que ele é culpado. Agora, a mesma Justiça que condena o Chico tem que condenar o Francisco, ou o Romero Jucá não vai ser condenado, ou o Loures não vai ser condenado, o Aécio Neves, essa turma toda vai passar em branco? Aí não é justo”, disse.
Em evento de apoio a Lula em Brasília, o governador Wellington Dias destacou que uma eleição para a presidência do Brasil sem o ex-presidente seria uma “fraude”. “Eu defendo a democracia e afirmo, não apenas como retórica, que a eleição sem o Lula é fraude”, afirmou o governador.
Pré-candidato ao Governo do Piauí, o deputado estadual Dr. Pessoa (PSD), afirmou não acreditar que os julgamentos por quais passou o petista não tiveram influência política e destacou que o Brasil não suporta mais tantos casos de corrupção.
“Esse julgamento foi em cima de fatos concretos, tanto na primeira instância, como na segundo. Não acredito que pessoas renomadas dentro da Justiça tenham deixado penetrar viés de política ou politicagem em seus julgamentos. O Brasil não aguenta mais, nem com o presidente Lula, nem quem quer que seja, caminhar em um lamaçal de corrupção”, disse Dr. Pessoa.
O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, deputado federal Assis Carvalho, criticou a atuação dos desembargadores que atuaram no julgamento do recurso do ex-presidente e reafirmou que não existem provas contra Lula no caso em questão.
“A condenação já era esperada. O relator demorou seis meses para fazer o relatório, o revisor seis dias. Em suas manifestações, os desembargadores não trataram de provas, porque elas não existem, trataram do conjunto de tudo, falaram de mensalão, falaram de tudo, menos das provas contra o Lula. Lamentavelmente a posição do desembargadores já era conhecida, eles se comportaram como advogados do Moro”, destacou.
Já o prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), afirmou que a condenação do ex-presidente é um exemplo do funcionamento das instituições brasileiras e faz parte do processo de amadurecimento da democracia no país.
“Nesse caso, nós estamos tendo uma solução que não é da classe política e é basicamente uma solução do funcionamento das instituições, no caso o Judiciário. Faz parte deste aprimoramento da democracia, nós convivermos com o funcionamento do Judiciário. Via de regra existem excessos, erros, mas é necessário que a gente possa aprender para termo uma democracia mais madura. A presença ou não do Lula traz diferentes consequências para o cenário nacional, bem como para o cenário estadual”, afirmou.