Na Comissão de Estudos Territoriais da Assembleia Legislativa do Piauí, as discussões não param. Afinal, ninguém quer perder terreno, população e consequentemente recursos. Quanto menor a população, menor também o índice do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Um conflito que gerou maior discussão hoje pela manhã foi entre os Municípios de Cabeceiras do Piauí e Boqueirão por conta de um povoado que pertence a Boqueirão, mas que de acordo com o mapa do IBGE, agora pertence a Cabeceiras.
A decisão desagradou o povo que não quer pertencer a Cabeceiras. O prefeito de Boqueirão, Valdemir Alves, não assinou o acordo e jogou o processo para frente, ou seja, o conflito vai continuar. “Nós tínhamos dois povoados Vila Nova e Contente, com 500 habitantes que sempre foi Cabeceiras que foi criada em 1992 enquanto que Boqueirão foi em 1996. Cabeceiras saiu de Barras e Boqueirão de Campo Maior integralmente. Não era pra ter este problema, mas administrativamente, Boqueirão vinha administrando esses dois povoados há anos anteriores. Quando a gente chegou, eu vim resolver essa questão, até porque tínhamos um problema de limite de recursos”, afirma.
“O IBGE não soube tratar essa questão. Há muitos anos atrás, eles faziam a marcação com um lápis. Hoje, utilizam um computador e está certo, mas não faz sentido e a comunidade não quer”, diz José Joaquim que é prefeito de Cabeceiras – PI.
De acordo com o presidente da Comissão de Estudos Territoriais, deputado Antônio Félix, são mais de 400 processos registrados com situações geográficas conflituosas que dificulta o trabalho da Comissão nos próximos meses.
“É o senso que vai valer para entrada de recursos. Quando se entre pessoas, aumenta o recurso do município. Então, essa disputa entre territórios indefinidos fortalece a disputa entre os municípios”, explica.