A vice-governadora do Piauí, Margarete Coelho (PP), esteve, nesta quinta-feira (20), no Jornal Agora para comentar os últimos acontecimentos da política nacional que envolvem a deleção de executivos da Odebrecht sobre as relações escusas que mantinham com partidos e políticos do país.
De acordo com Margarete Coelho não se pode afirmar que todas as relações que partidos e instituições mantiveram com a Odebrecht visaram o desvio de verbas.
"Eu sou a favor da liberdade de imprensa e também sou contra processos sigilosos, nós vivemos isso na ditadura e não foi bom para o Brasil, mas, nós temos que ter uma clareza dessa situação toda. Da forma como as coisas estão acontecendo, parece que todo tipo de relação que houve de partidos e instituições com essas empresas foram relações espúrias”, afirmou.
A vice-governadora destacou que uma das saídas para casos como o da Odebrecht seria a legalização do lobby no Brasil, para que as empresas, partidos e políticos mantenham esse tipo de relação de forma transparente e fiscalizada. Margarete Coelho ainda afirmou que as doações recebidas por seu partido, o PP, foram feitas dentro da lei e declaradas à Justiça Eleitoral.
"Nos Estados Unidos, o lobby é institucionalizado, por exemplo, uma empresa que produz produtos verdes, sustentáveis, é claro que ela vai apoiar candidatos que tenham esse perfil e isso é muito claro, visto, fiscalizado e acompanhado de forma muito transparente. A nossa cultura institucionalizou o lobby como uma coisa espúria, lobista no Brasil é sinônimo de corrupto. Se nós institucionalizarmos o lobby as empresas vão poder buscar apoio nos parlamentares de uma forma clara, limpa e transparente, como não há isso no Brasil todos os acordos eram feitos de forma sigilosa, pelos subterfúgios e com recursos não republicanos. A legislação da época em o PP recebeu recursos permitia que pessoas jurídicas doassem para os partidos, que só precisavam declarar. O que me preocupa é que essas doações que tenham sido legais que passem a ser criminalizadas”, afirmou.
Lobby
Lobismo, do inglês: lobby, é o nome que se dá à atividade de influência, ostensiva ou velada, de um grupo organizado com o objetivo de interferir diretamente nas decisões do poder público, em especial do poder legislativo, em favor de causas ou objetivos defendidos pelo grupo.
Lula
Sobre a possibilidade de o ex-presidente Lula vir a ser preso, a vice-governador afirmou que o fato causaria uma "convulsão social”, tendo em vista que o petista ainda conta com o apoio de uma grande parcela da população brasileira, que poderia entender a prisão como perseguição.
"Ninguém pode estar acima da lei, embora pelo que eu tenho acompanhado até agora não há um processo de condenação ao ex-presidente Lula. Eu tenho a impressão que uma prisão provocará uma convulsão social no sentido de que o Lula na situação em que ele esta se encontra na situação em outras dezenas estão, se ele for preso, talvez uma parcela da população considere isso uma perseguição ao ex-presidente, as pesquisas indicam que o Lula ainda tem 30% de aprovação no seio da sociedade, é um terço da população”, afirmou.