O ex-prefeito de Esperantina, Felipe Santolia, preso três vezes no Piauí, concedeu entrevista exclusiva ao Programa Agora.
Felipe Santolia falou da apuração da Polícia Civil do Estado, pela qual foi preso em 24 de fevereiro de 2015. Envolvido em uma série de escândalos, Felipe Santolia responde a 87 processos judiciais.
O comunicador e político ficou detido na penitenciária de Esperatina nas três vezes em que foi preso. Na entrevista, Santola falou de autoflagelo, improbidade administrativa e os dias em que esteve na prisão.
Processos
“Respondo a 87 processos. Isso acontece por duas possibilidades, ou é porque eu sou muito rico, para ter roubado tanto es ou um grande criminoso, ou tem alguma coisa errada aí. A resposta é que tem alguma coisa errada”, disse.
Motivo
“Erga sua voz contra judiciário, governadores, deputados, sistema e você vai ter talvez com muita sorte 87 processos”, declarou.
Abertura de Processos
“Na verdade quando eu fui prefeito, me gerou uns 15 a 20 processos. O restante deles se deu antes de ser prefeito, na rádio ‘Chibata’, onde eu denunciava sistema, governo, corrupção, havia um juiz na época em Esperantina que blindava e que tentaram me asfixiar com um número excessivo de ações. Tanto é que desse total, mais de 70% delas já foram prescritas e estão arquivadas”, afirmou.
Acusações
“Os processo eram em sua maioria de acusações de calunia, difamação, todas do âmbito civil”, disse.
Improbidade
“Essas giram em torno de uma denúncia de notas frias em uma construção de 500 casas. Sua notas que talvez até sejam frias, mas o produto foi comprado e estão lá. As casas estão construídas, agora todas elas estão carimbadas. Cabe à secretaria de fazenda fiscalizar os empresários”, declarou.
Atuação como prefeito
“Eu tenho certeza que fui um bom prefeito e acredito que poderia ter sido melhor se não fosse a inexperiência e ser bastante questionado. Tive assessores mal escolhidos e tinha o governo do Estado contrário a mim, ainda assim consegui fazer muitas obras na cidade”, pontuou.
Polêmicas
“Basta ter a verdade para ter polêmicas”, disse.
Crucificação
“A ‘crucificação’ aconteceu no ano de 2002, eu nem pensava em ser prefeito. Os mandantes do crime da época tinham muito poder. Eles tentaram passar a idéia de autoflagelo. Como o plano era me torturar e matar, e a morte não se deu, o processo foi arquivado por falta de provas”, declarou.
Primeira prisão
“Ocorreu quando agentes da polícia federal vieram fechar a rádio ‘Chibata’ e eu estava no momento, eu pedi desculpa aos ouvintes e disse que ficaríamos sem a rádio. Eles se revoltaram e tentaram agir com violência, eu pedi paz e a multidão me atendeu. Mas pegaram o áudio da gravação, e disseram que eu estava na realidade incentivando a multidão a quebrar o carro da polícia federal”, explicou.
Última prisão
“Eu mudei de residência, pois todos sabem que eu não tenho casa própria, vivo da ajuda dos amigos e no momento da mudança, viajei para São Paulo, pois perdi meu pai recentemente. Quando me procuraram na casa, havia um outro morador, na casa onde eu morava. O juiz agiu de maneira correta, mas o que não foi justo foi o tratamento que eu recebi na penitenciária”, afirmou.
Condições na Penitenciária
“A prisão foi preventiva, ainda assim fui muito humilhado. Um acusado de estupro raspou meu cabelo, eu me senti um judeu diante da suástica de Hitler. Não há amparo legal para o que fizeram comigo, eu pedi para não rasparem meu cabelo, até chorei. Passei dez dias na penitenciária, fiquei numa triagem apenas de calção, sem ver a luz do sol, em uma cela de triagem com vários presos incluindo 6 assassinos, comida que nem porcos comem, próximo a um buraco de fazer necessidades fisiológicas, não tinha colchão. Os homens estavam doentes, agora estou com 3 tipos diferentes de micose e sarna também, estou me tratando. O que me deixou mais chocado, foi a tortura que os detentos sofrem, eles são espancados e tem que receber visitas atrás de uma grade. Os presos são tratados muito mal. A OAB precisa ter conhecimento do que acontece aqui”, declarou.
Euforia nos posicionamentos
“Se eu fosse político eu seria um homem rico. Na verdade eu continuo como era há tempos, um simples franciscano”, finalizou.
Felipe Satolia continuará a responder pelos processos, agora em liberdade.
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