Com a chegada do período chuvoso todos pensavam que a Lagoa do Portinho iria voltar a ter o seu exuberante espelho d’água, mas mesmo com as chuvas diárias que atingem a região Norte do Piauí, pouco se viu de diferença na aparência da Lagoa.
Moradores denunciam que as barragens construídas ao longo do rio tem impedido o curso da água. Segundo moradores da região, as barragens foram construídas no ano de 2006, eles relatam que a água descia de maneira constante até chegar na Lagoa do Portinho.
Morador do povoado desde que nasceu, seu Francisco nunca tinha visto a Lagoa nessa situação: “Quando a água vem, cai na barragem, e aí como é que passa? São duas barragens, se não tivesse no meio a água já era para ter ido para o rumo da Lagoa do Portinho. É agua demais, a gente pode até mergulhar que morre afogado, está tudo preso”, disse.
Conhecedor da problemática, o empresário Aluisio Soares, relata que as imagens são esclarecedoras e comprovam tudo aquilo que foi denunciado e debatido nos encontros e em audiências públicas realizadas na Câmara Municipal de Parnaíba.
“As barragens estão prejudicando. As intervenções feitas ao longo da Lagoa estão prejudicando para essa água chegar até a Lagoa do Portinho. Qualquer interferência feita na natureza sem um estudo prévio vai prejudicar”, falou. Com 30 anos trabalhando no local, Aluisio afirma que vai procurar juntamente com os moradores, o Ministério Público visando desobstruir as barragens.
Por telefone, Antenor Figueiras, promotor do Ministério Público participou do Programa Agora e fez considerações das medidas que serão tomadas em relação a Lagoa do Portinho.
“Vamos agir na abertura de um procedimento investigatório preliminar, respeitando o sigilo da investigação. Recebi hoje uma abaixo assinada e fotos demonstrando a situação, mas precisamos de pareceres técnicos para observar se o que está sendo divulgado pela mídia e as fotos realmente correspondem ao local. Acreditamos que até quinta-feira poderemos ouvir a pessoa que está sendo apontada como culpada pela degradação”, declarou Antenor Figueiras.