Mulher morre após cesária na Evangelina Rosa; suspeita de infecção!

Mulher morre após cesária na Evangelina Rosa; suspeita de infecção!

A dona de casa Márcia Pereira, de 32 anos, morreu dias após realizar uma cesariana na Maternidade Evangelina Rosa, na zona Sul de Teresina. Foi a segunda morte em menos de 48 horas na Maternidade. A família suspeita que a morte da dona de casa foi provocada devido infecção hospitalar. 

Casada e mãe de duas filhas, Márcia estava na espera do terceiro filho. Ela foi levada para Maternidade na noite do dia 05 de junho e estava grávida de nove meses. Como já tinha dois filhos, os médicos decidiram pela cesariana e pela laqueadura de trompas. A cirurgia ocorreu sem problemas. Seis dias após o procedimento, mãe e filho foram levados para casa no bairro São Joaquim, zona Norte.

Mas ao chegar em casa,  a mulher começou a sentir fortes dores dores. A família ficou assustada e a levou para a Maternidade do bairro Buenos Aires. Os medicamentos receitados não estavam fazendo efeito. Por isso, ela foi levada para Evangelina Rosa, onde já chegou em estado gravíssimo e foi direto para Unidade de Terapia Intensiva (UTI). 

A sogra de Márcia, Dona Maria José, conta que estava na Evangelina Rosa no momento do parto. Segundo ela, Márcia começou a sentir fortes dores logo após a cesariana.  “Ela já saiu da sala de cirurgia se queixando dessa dor, e não era embaixo, era em cima e ficou um pouco alto como se houvesse alguma coisa. Eu chamei a enfermeira e ela chamou o médico que disse que era normal porque o útero e vario estavam voltando para o lugar. Ela ficou a noite todinha, deu febre de 40 graus, febre alta, altíssima”, revelou.  

Segundo Maria José, as dores só aumentavam. “Ficou pior, porque eu deixei ela com a minha menina mais velha, aí ela sempre estava dizendo que estava doendo, doendo. Primeiro, ela provocou vômito;  ela provocou diarreia;  ela provou febre, muita febre e palidez. Ela ficou parecendo que estava morta”, explicou. 

Antonio Pereira, irmão da vítima, diz que Márcia contraiu infecção dentro da Maternidade. “Os médicos não poderiam ter liberado ela. Eles tinham que fazer exames para diagnosticar o que eram realmente essas dores. O médico disse que isso era normal e mandou ela para casa. Quando ela chegou em casa, ela começou a sentir essas dores mais fortes ainda. Então já estava acontecendo que ela tinha essa infecção. Ela já saiu de lá [Maternidade] com essa infeção, então não era para eles [médicos] terem deixado ela. Quando ela chegou lá que voltou novamente para Maternidade, já foi em estado gravíssimo e levaram ela para UTI em um quadro irreversível, não tinha mais como reverter mais esse quadro”, afirmou. 

Foi a segunda morte na Evangelina Rosa em menos de 48h. Outras duas mulheres, segundo o Ministério da Saúde, seguem internadas na UTI; cinco estão na enfermaria com suspeita de terem contraído infecção hospitalar. 

Míriam Parente, presidente do CRM-PI,  informa que a interdição da Maternidade Evangelina Rosa já foi solicitada. “Em alas gente tem cinco pacientes com infecção na cicatriz cirurgia, na ferida operatória;  temos pacientes na UTI em estado grave, com infecção hospitalar também, uma infecção que a gente atribui em alguns casos a infecção hospitalar devido as condições da Maternidade. O Conselho Regional de Medicina pediu a interdição ética, os médicos daquele setor não vão poder trabalhar naquele período”, declarou. 

De acordo com o diretor da Evangelina Rosa, há uma Comissão que investiga as mortes na Maternidade. O caso da Márcia Pereira também está sendo apurado. “Nos reunimos coma Comissão de Óbito e a Comissão de Contorno de Infecção Hospitalar e estamos analisando e teremos um diagnóstico definitivo das paciente, de todas que podem ter vindo a falecer na Maternidade”, disse. 

Questionado sobre a possibilidade de a vítima ter contraído infecção hospitalar dentro da Maternidade, o diretor afirmou: “Olha…Dizer que um hospital de alto risco não se corre o risco de adquirir uma infecção, eu estaria pecando. Ela pode ter adquirido a infecção na Maternidade e pode ter adquirido fora dela. As duas pacientes que vieram a falecer aqui ultimamente, uma voltou e chegou em casa no 11 dia pós-operatório; e a outra no sétimo dia pós-operatório. Então tiveram procedimento, foram para casa e adentraram depois, daí a necessidade da reunião da Comissão de Controle de óbito para que a gente tenha um diagnóstico definitivo”, informou. 

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