Uma jovem identificada como Cleidiane Custódia Barbosa, de 28 anos, morreu oito dias após uma cesárea realizada na Maternidade Dona Evangelina Rosa. Grávida de pouco mais de 7 meses, ela foi internada na Maternidade e reclamava de forte dores. A família conta que foram 29 dias de internação.
A jovem reclamava de dores porque já havia feito há dois anos uma cirurgia bariátrica e, com o crescimento do bebê, as dores só aumentavam. O marido dela, Cleberson Pimentel, associa às complicações sofridas pela esposa ao medicamento que foi administrado na Maternidade.
“Ela reclamava de dores na barriga, nas costas e com muita dor e vomitando. Ela sentia muita diarreia do começo ao fim. Além disso, ela chegava a ir 20 vezes por noite ao banheiro. Foram feitos exames que constataram que, devido à cirurgia bariátrica, o útero estava crescendo, comprimindo a criança, sendo este o motivo da dor. E depois de muito tempo diagnosticaram que era esofagite [qualquer inflamação, irritação ou inchaço do esôfago]”, afirmou.
O bebê passa bem. Com a morte da mãe, a avó materna Valdilene Sousa passa a ser a responsável pela criança e também pelos outros netos, uma menina de 4 anos e um menino de 8. Ela terá que deixar de trabalhar para cuidar dos netos.
“É muito difícil, minha filha era trabalhadora, sonhadora e uma pessoa que era muito boa. A gente não ter a capacidade de ajudar alguém que está precisando, alguém que pedia ajuda, porque minha filha pedia muito ajuda”, desabafou.
O laudo de ultrassonografia, realizado no Hospital de Urgência de Teresina, para onde a jovem foi enviada pela Maternidade, segundo a família, confirma a presença de urina na região do abdômen.
Para o esposo, houve falha no momento do parto e garante que vai acionar à Justiça. “Um vazamento na bexiga e ao costurar ela depois do parto, furaram a bexiga dela e não perceberam e então foi infiltrando no abdômen dela. Eu quero Justiça, porque tiraram a vida de uma jovem que deixou três filhos. Tiraram a vida de uma pessoas muito jovem e isso para mim foi um crime”, reafirmou.
Sobre a paciente, a direção da Maternidade Dona Evangelina Rosa informa que abriu sindicância para apurar os acontecimentos. O fato também será analisado pela Comissão de Ética do Hospital.