Os peixes morrem e o rio agoniza a vários anos. Pelo menos no trecho que corta a capital do Piauí, esgotos são despejados 24 horas por dia no Rio Poty, sem nenhum tipo de tratamento.
O resultado é água suja e contaminada que atrai canaranas e aguapés, que teriam a função natural de limpar a sujeira criada pelo homem. Mas as plantas tomam conta de todo o cenário que aliado as altas temperaturas criam uma espécie de caldeirão movido a esgoto que tem como uma das principais consequências a morte de peixes, como curimbatás, branquinhas e piaus.
Um barco da Secretaria Estadual do Meio Ambiente tenta retirar material do Rio Poty, na zona norte da capital. Mas a atividade é muito difícil já que toda a área está tomada por canaranas e aguapés.
O pescador Jacinto Andrade, de 54 anos, aprendeu a atividade com seu pai e tem grande experiência, conhecendo o Rio Poty de forma íntima. Ele confirma o crime ambiental e diz nunca ter visto o Rio desta forma. “O Rio está morrendo e não tem como pescar”, disse Jacinto Andrade.
Com a decomposição de matéria orgânica no Rio, mais aguapés aparecem nos rios. Esse tipo de cadeia tem tornado impossível a preservação das espécies.
O Rio Poty nasce no interior do Ceará e boa parte de sua extensão no Piauí apresenta problemas ambientais. “O rio não tem fluxo de água e se o rio não tiver água poderá virar poços e esse é o grande problema. As mudanças climáticas estão aí, faltam medidas compartilhadas para resolver o problema das questões ambientais do Rio Poty”, disse o ambientalista Dionísio Neto.
Da nascente até a foz do rio são mais de 500 km, os aguapés e canaranas impedem a fotossíntese e o fluxo da correnteza.