O senador Elmano Férrer, candidato ao Governo do Estado pelo Podemos, foi o quinto a participar da série de sabatinas com candidatos nas eleições de 2018, no Agora da Rede Meio Norte, na tarde desta quarta-feira (15/08). O candidato falou de suas propostas e criticou a atual gestão de Wellington Dias.
Foram sabatinados Romualdo Sena, candidato ao Governo pelo partido da Democracia Cristã (DC); Lourdes Melo, candidata ao Governo pelo Partido da Causa Operária (PCO); governador Wellington Dias, candidato à reeleição pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e Fábio Sérvio, candidato ao Governo pelo Partido Social Liberal (PSL).
Elmano Férrer respondeu perguntas dos jornalistas Arimatéa Carvalho, Samantha Cavalca, João Carvalho e do apresentador Amadeu Campos. Nos 10 minutos finais, a candidato respondeu questionamentos enviados por telespectadores. A sabatina teve duração de 30 minutos.
Durante a entrevista, Elmano afirmou estar preparado para governar o Piauí, ressaltando que possui experiência como administrador público, citando que já foi prefeito de Teresina. O candidato criticou a atual gestão de Wellington Dias. "O governo acabou, afundou o estado do Piauí", disparou. Ele também falou dos recursos que destinou enquanto senador e das mudanças que pretende fazer, caso seja eleito governador. "Primeiro arrumar o que está aí", declarou.
Amadeu Campos: Candidato, o senhor se considera preparado e quer governar o Piauí?
“Eu sou candidato, não por ser candidato de mim mesmo, um projeto pessoal. Eu sou candidato em decorrência primeiro de uma situação do Estado; segundo, apelo de amigos, de instituições que vêem em mim, digamos para o momento atual, um momento fértil para colocar meu nome à disposição dos piauienses, considerando o que você acabou de falar. Eu tenho experiência administrativa, sendo que a primeira foi há mais de 30 anos, na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), onde eu dirigi a instituição de 1979 a 1988, oportunidade em que o nosso trabalho daquela época em articulação com o Centro Nacional de Pesquisa de Soja, identificamos materiais paras os cerrados do Piauí, Maranhão, Bahia e posteriormente Tocantins. Eu tenho experiência como secretário administrativo, secretário, aliás, de Planejamento aqui no Estado. Como técnico da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) , foi minha carreira, grande instituição. Estive no Sebrae e como secretário de Desenvolvimento Econômico, enfim, e último prefeito de Teresina, onde nós em pouco tempo como prefeito, dois anos e nove meses, no meu entendimento e no de muita gente que concorda comigo, foi feito um choque de gestão. Então nós já fizemos trabalhos para um universo de tantas pessoas. Então é essa experiência que eu quis retratar aqui, por conhecer o governo, aliás, o Estado, e por isso nos colocamos à disposição para candidato a governador do estado”, disse.
Samantha Cavalca: Candidato, primeiro você colocou seu nome à disposição, depois retirou e, quando retirou, disse que estava sendo vítima de 'forças ocultas'. Eu queria saber se essas 'forças ocultas' cessaram, já que o senhor retornou na disputa, e quais eram essas 'forças ocultas'?
“O fundamental é que todos sabem aqui no estado do Piauí, da dificuldade que nós tivemos para formar uma chapa. Incialmente tinhamos Dr. Pessoa como candidato a senador, posteriormente tivemos o nosso Frank Aguiar para outra vaga de senador. Então aconteceram coisas no Estado, que a história vai revelar”, declarou.
Samantha Cavalca: O senhor não pode revelar?
“Vocês vão ter o trabalho. O jornalismo investigativo, e há a imprensa investigativa. A realidade é que o Dr. Pessoa passou a ser candidato a governador, acho que foi uma grande coisa, acho que é mais uma grande excelente opção para os piauienses. O nosso Frank Aguiar avançou, recuou e avançou de novo e há quem diga que ele não será candidato ao Senado da República, ou seja, há comentários, não sou eu quem estou dizendo, que ele não será candidato”, revelou.
Amadeu Campos: Candidato, ele [Frank Aguiar] já registrou a candidatura, não?
“Eu não tinha essa informação, nem a pessoa que passou a informação talvez não tivesse esse conhecimento. Se registrou, já é candidato. Mas eu ouvi esse comentário, devo estar desinformado. A informação [da suposta desistência] foi antes, é claro, de fazer [registrar]. Pois bem, tudo isso faz parte deus processo eleitoral”, comentou.
Amadeu Campos: Candidato, tudo isso foi feito para esvaziar a candidatura do senhor?
“Claro. Por exemplo, quando o Dr. Pessoa sai da chapa, Dr. pessoa é uma grande liderança aqui do estado. Isso é inegável, assim como Frank Aguiar”, disse, ao ser questionado se as ‘forças ocultas’ seriam Frank Aguiar e Dr. Pessoa. “Eu acho que chegou no momento de a gente falar das coisas materiais”, se esquivou.
Arimatéa Carvalho: Candidato, o senhor irá receber três candidatos à Presidência em seu palanque, porque tem a Rede de Sustentabilidade com Marina Silva, o Patriotas com o Cabo Daciolo e o senador Álvaro Dias, do seu próprio partido, o Podemos. O senhor votou contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, foi um momento especifico, mas sinaliza que o senhor foi contra e alinhado ao PT e ainda tem a possibilidade de o senhor simpatizar com a candidatura de quem o ex-presidente Lula apoiar, então não é uma ‘salada ideológica’ para uma chapa só?
“Essa salada, meu querido, ela está presente em todas as coligações e em todos os estados do Brasil. Daí a falência partidária desse pais, não há mais partidos, ou seja, só aglomerado. Eu fui eleito dentro de uma aliança no PTB, depois após o fato do afastamento da presidente Dilma, eu fui, conscientemente, sempre pensado no Piauí, fui para o MDB e depois fui para um partido em construção, que é o Podemos, que tem uma grande liderança nacional que é o nosso Álvaro Dias, com mais de 50 anos de atividade política, inclusive começou em Londrina quando um piauiense era prefeito de Londrina, Dalton Paranaguá. Então ele começou ali como vereador, então fui para um partido em construção, comprometido, sobretudo, com a ética na coisa pública, é uma grande liderança nacional e um partido em construção”, ressaltou.
“Meu voto é em Álvaro Dias”, disse. “Adianto mais, o candidato a vice-presidente da República, Eduardo Jorge, do PV, é coligado com a Rede de Sustentabilidade e aqui o candidato a vice é também do PV, que compõe a chapa aqui comandada pelo Podemos. Ou seja, isso ai, eu creio que o importante é que todos nós dessa chapa somos de mãos limpas, isso é importante porque a sociedade querer mudanças. São pessoas integras”, destacou.
João Carvalho: Houve todo um trabalho para formação de um bloco consistente de oposição, não é senador? Eu queria saber o que levou esse esvaziamento e como o senhor encara essa campanha? Quando o senhor disputou a Prefeitura de Teresina com Firmino Filho, o senhor tinha um bloco de apoio forte, e isso resultou numa votação mais que expressiva e por pouco o senhor não ganhou a eleição. Eu queria saber até que ponto essas divisões prejudicam as oposições?
“Sobre oposições eu sempre defendi a minha tese de que tivéssemos o maior número de candidatos, que tivéssemos uma oposição com várias opções. É o que nós temos hoje, nós temos a nossa candidatura, a candidatura do Dr. Pessoa, do Luciano, a do Wellington, que só tem ele com um bloco muito grande. Eu vi até isso anteriormente, um bloco heterogêneo do ponto de vista político partidário, do ponto de vista ideológico, sobretudo. Então é uma política que nós estamos vivendo no Piauí, que se sentou formar, ou seja, ganharem as eleições em um processo W O, ou seja, sem ter opção. E hoje nós estamos observando que a eleição vai ser complicada”, acredita.
João Carvalho: Senador, o senhor citou a questão da ‘salada ideológica’ e um dos motivos que o senhor saiu do PMDB com a promessa de que conseguiria atrair recursos para o Piauí, o que parece que não foi cumprido. Eu queria saber quais são as garantias agora, como o senhor está atuando junto com seu candidato, o Álvaro Dias, para que essas promessas que o senhor também deve ter recebido, sejam cumpridas caso o senhor seja eleito governador?
“Eu fui para o MBD a convite de lideranças aqui do estado do Piauí e grandes lideranças do MDB nacional, e consegui muita coisa. Dizer que foram liberados recursos para 180 municípios, R$ 73 milhões. Não é isso o importante. O importante são os projetos estruturantes que estamos trabalhando desde 2015, quando chegamos em Brasília, nas áreas de comunicação, estudo de viabilidade para duplicar a BR-316 em direção a Demerval Lobão. Essa foi uma promessa do presidente, eu estive com ele há 15 dias e com os ministros do Transportes e do Planejamento", informou.
Candidato ao Governo do Estado também falou sobre ações que buscou em sua gestão como senador visando a realização de obras importantes como a duplicação das BR`s 343 e 316 e a situação da BR-135 que, segundo ele, deixa de ser chamada de 'Rodovia da Morte' para 'Rodovia da Soja'.
"Também a duplicação da BR-343 em direção a Altos. A BR-135, que deixou de ser a `Rodovia da Morte’, eu passo a chamá-la de ‘Rodovia da Soja’. A concepção da Adutora do Sertão. É triste nós vermos nesse século, com tantas tecnologias, cidades sendo abastecidas com carros-pipa. Essa é uma preocupação constante na minha vida, e estamos fazendo trabalho. Agora, nós fazemos as cosias de forma silenciosa, assim como fizemos em Teresina. O que nos interessa é, após o mandato, agora mesmo pode avaliar os meus três anos que tem resultados”, afirmou.
Arimatéa Carvalho: Candidato, é verdade que essa candidatura é um “trampolim” para se candidatar e voltar a ser prefeito de Teresina? O senhor vai ser candidato a prefeito de Teresina daqui há dois anos?
“Meu querido, Arimatéa Carvalho, eu vou ganhar essas eleições e não tenho pressa. O processo eleitoral começa agora. A minha preocupação não é com as eleições de 2020", disse.
Elmano Férrer fez duras críticas ao governo de Wellington Dias. Candidato afirma que W.Dias começou a planejar sua candidatura atual há 4 anos para, segundo ele, se propagar de 2022 até 2030.
"Você veja que o nosso atual governador começou a trabalhar para essas eleições há quatro anos atrás. Passou quatro anos trabalhando e com vista de em 2022 ficar como senador até 2030. Não, não é esse o nosso projeto. Primeiro arrumar o que está aí. O governo do Wellington terminou. O governo acabou, afundou o estado do Piauí. Essa que é a verdade. Eu venho com a proposta de colocar o meu nome para melhorar essa situação de insolvência. O estado do Piauí está em uma situação dramática. Agora mesmo a educação, os professores tiveram greve 70 dias. Absurdo”, disparou.
João Carvalho: Mas candidato, não soa estranho para população porque até um dia desse o senhor não estava nesse governo?
“É exatamente aquilo que me interromperam. Ter uma Saúde para os pobres, nós não temos mais Saúde e eu mostrei que é possível termos Saúde com os recursos existentes. Não é possível você ter 10 hospitais regionais que não funcionam. Colocaram 200 ambulâncias, eu coloquei 228 para trazer os doentes do interior para cá. Às vezes uma pequena fratura vem para Teresina. O povo está querendo Saúde. O povo está querendo escola de qualidade. O povo está querendo Segurança. Ou seja, os serviços públicos, água para beber. Tudo isso não está tendo. O povo está querendo é mudar", disse.