Em Teresina, nem sempre os ônibus para deficientes funcionam. Por outro lado, famílias e moradores do Residencial Sul vivem sofrendo com a falta de ônibus ou com transportes com defeito para portadores de necessidades especiais. Em alguns casos, cadeirantes dependem que familiares os empurrem por quase quatro quilômetros.
Os moradores do residencial Cidade Sul, região sul de Teresina, vem reclamando da Strans por conta dessas dificuldades em relação ao transporte público, principalmente para quem anda de cadeira de rodas. Um flagrante da falta de acessibilidade foi feito e exibido durante o programa Agora desta segunda-feira, 20. As escadas dos transportes são o maior alvo das denúncias por não funcionarem.
A mãe de uma criança, dona Ane Kelly, chega a empurrar por mais de três quilômetros a cadeira de sua filha, levando até duas horas de sua casa até a parada de ônibus, às vezes, ela espera uma hora pela chegada do coletivo. “Eu vim morar no conjunto porque estava precisando. São quase 4 quilômetros. Eu tenho que subir e descer ladeiras”, reclama dona Ane Kelly.
Dona Ane Kelly nem sempre encontra as escadas do ônibus funcionando. Para ela, o transporte eficiente é muito complicado pelo valor que ela necessita ter diariamente para o ônibus. Ela levou cinco meses para se inscrever no serviço.
Os riscos de assalto chegam a aumentar em razão do longo percurso a ser feito. Sua vizinha, Cleide Lira, foi assaltada. “Levaram o meu dinheiro todo em um assalto que sofri”, disse ela.
Situação semelhante é de dona Raimunda Cavalcante. "Aqui é um absurdo, precisamos de um colégio para crianças, um hospital", reclama.
De acordo com Alexandre Almeida, da Associação dos Deficientes Físicos de Teresina, as reclamações são grandes, mas há perseguição quando as reclamações acontecem com frequência. “Muitas vezes o cobrador não quer abaixar a plataforma, isso é um descaso. O que pode ser feito, é o ministério público, a Câmara de Vereadores e OAB entrarem com uma ação. Hoje os ônibus estão sucateados, há maus atendimentos. Essas empresas devem ser multadas. Fiscalização é só quando a imprensa aparece, quando a imprensa some, o problema acaba. Nós já estamos cansados de fazer audiência. Quando a gente briga demais é perseguido. Eles massacram a gente até onde podem.”
A Promotora Ana Marluce do núcleo de defesa do portador de deficiência por telefone, rebate as acusações de Alexandre. "As informações não do Alexandre condizem com a realidade. Estamos com uma liminar concedida para que todos os ônibus sejam adaptados, além dos pontos de parada e as vias de acesso. A Prefeitura de Teresina e o Setut ingressaram com recurso chamado Agravo de instrumento para o descumprimento dessa liminar, portanto está nas mãos do juiz. Está sob efeito de liminar na justiça a adaptação para os ônibus e paradas. Estamos reclamando a muito tempo, então, a nossa parte, estamos fazendo.”
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