Uma criança de apenas um ano e 10 meses de idade deu entrada no Hospital de Urgências de Teresina (HUT) na última terça-feira com traumatismo craniano e lesões na face e no corpo. O menino foi agredido pelo próprio padrasto, José Hilton Santos Conceição. O caso aconteceu na cidade de Timon, no Maranhão. A casa onde a criança vivia apresenta condições desumanas.
De acordo com Valéria Santos, do Conselho Tutelar, a criança apresentava queimaduras nos braços quando chegou ao hospital. “A criança estava em estado bastante grave. Ela foi transferida para o HUT na Capital, onde nós estivemos para saber do quadro da criança, até porque a gente precisava saber quando a criança iria receber alta. O Ministério Público já foi acionado, e já foi pedido uma medida protetiva para ajuizar uma ação até que se resolva com quem o menino vai ficar”, afirmou, em entrevista a repórter Liana Paiva.
Após as agressões, a criança foi socorrida e levada para um hospital da cidade pela vizinha da família identificada como Aparecida Romana. O padrasto é usuário de drogas.
“Eu encostei lá, entrei e quando cheguei a criança estava em cima da cama, aí eu disse assim: 'o que aconteceu com a criança?', aí ele respondeu: 'ela está com febre'. Eu, então, perguntei: 'e qual o motivo de ele estar vomitando?', ele respondeu: 'ele comeu uma manga verde' e foi aí que peguei ele e pensei que já estava morto. Eu banhei ele, vesti uma roupa e fui chamar a mãe, coloquei ela em uma moto ara ir com o menino até uma UPA”, contou.
A família, vinda do interior do Maranhão, estava vivendo em uma casa cuja reforma está inacabada. Dentro da casa, que não conta com móveis e somente uma geladeira velha, foram encontradas condições desumanas, principalmente para o convívio de uma criança.
Um colchão velho, sustentado apenas por tijolos, era o local onde a criança dormia. A mãe, de 20 anos, não trabalha e chegava a pedir comida para o próprio sustento. O padrasto acusado foi preso no dia seguinte ao crime.
De acordo com o delegado Humaitan Oliveira, da Polícia Civil de Timon, a certidão de nascimento da criança do adulterada pelo padrasto. No documento, conforme o delegado, ele se apresenta como pai do menino, o que não é verdade e ainda mudou o nome da criança.
“Ele se dizia pai do menino, mas na verdade ele é o padrasto, e não o pai . Ele cometeu a principio, com toda essa conduta dele, falsidade ideológica, falsidade de documento público, uso de documento falso e tentativa de homicídio contra a criança e tentativa contra a esposa que possui vários hematomas pelo corpo e estava sendo agredida por ele há bastante tempo”, afirmou.
O acusado já tem passagem pela polícia. Além disso, fazia uso de tornozeleira eletrônica, mas rompeu o equipamento. José Hilton Santos Conceição chegou a ser preso, mas foi posto em liberdade hoje durante audiência de custódia.