Na noite do último sábado (18), um incidente envolvendo um jovem e um grupo de guardas municipais, no Parque da Cidadania, ganhou repercussão após a divulgação de um vídeo em que um dos guardas agride o jovem já imobilizado.
De acordo com a Guarda Municipal, o jovem skatista teria feito manobras arriscadas próximo aos guardas municipais e, além disso, teria insultado os guardas. Ainda de acordo com a Guarda, o jovem teria resistido à abordagem.
Segundo a professora universitária, Janaína Fortes, este não é primeiro caso em que os guardas utilizam de força desproporcional durante as abordagens aos jovens que frequentam o Parque da Cidadania.
"Eu presencie ha 50 dias uma abordagem com arma de fogo frente a jovens, essas armas são pistolas calibre 380 e eu tentei intervir, mas, não houve qualquer possibilidade de amortecimento por parte dos guardas. Presenciei outros momentos contra skatistas, eles não querem falar, tem medo. Tem um rapaz chamado Mateus que colheu 177 assinaturas e não me atende mais, certamente está amedrontado”, disse a professora.
De acordo com Janaína Fortes, o Parque da Cidadania recebe visitantes de todas as classes sociais e os guardas municipais devem estar preparado para abordar igualmente tanto os frequentadores ricos, como os pobres.
"A questão aqui não é contra o policial que foi punido por uma atitude, a questão aqui é levantar que tipo de treinamento é dado para uma Guarda Municipal, que tem a possibilidade de trazer a paz para o cidadão. Aquele parque tem uma profusão de pessoas e classes sociais raramente vista em Teresina, é muito salutar que as pessoas da periferia possam sair dos seus locais e ocupar o centro da cidade”, afirmou.
O comandante da Guarda Municipal de Teresina, capitão Monteiro, afirmou que os guardas municipais receberam treinamento para atuarem na capital e que não têm nenhum preconceito. De acordo com ele, as abordagens acontecem quando as pessoas estão em atitudes suspeitas.
"Todo o pessoal da Guarda Municipal passaram por um treinamento, os guardas que se encontram naquele parque não têm nenhum tipo de preconceito, lá é um espaço público e todo espaço público existe regras e regulamentos. Esse rapaz já foi advertido várias vezes fazendo manobras. As abordagens simplesmente são naquelas pessoas que se encontram em atitude suspeita, ninguém aborda só porque o cara é preto, só porque é pobre, cada pessoa tem o direito de ir e vir. Nós queremos acabar com esse conflito, nós não estamos lá para conflitos”, explicou.
De acordo com o comandante da Guarda Municipal, em relação ao evento já foram tomadas todas os providencias administrativas. "A gente não aceita esse tipo de atitude, esse tipo de procedimento. Eles foram treinados sobre como fazer uma abordagem dentro da legalidade”, finalizou.