Na tarde dessa quarta-feira (02/01), o programa Agora recebeu em seus estúdios o deputado federal Assis Carvalho (PT) que falou sobre a expectativa para o novo governo federal com Jair Bolsonaro e estadual com Wellington Dias.
Amadeu Campos: Quero começar por Brasília, a posse de Jair Bolsonaro, ministros já assumiram seus cargos, já começando os trabalhos. Que avaliação o senhor faz? Você é da oposição, mas o ministro Onyx Lorenzoni disse hoje que gostaria de ter uma conversa com as oposições e construir um pacto pelo Brasil.
Assis Carvalho: Eu acho que tem uma coisa dentro desse governo que a gente não pode questionar, eles tem sido honestos, naquilo que diz que fará, é uma política regressiva no ponto de vista do nosso olhar, mas tem uma proposta bem definida para o fortalecimento do grande capital, aquela visão de reduzir direito de quem ja tem tão pouco e aumentar direito de quem já tem tanto, uma visão neoliberal, aquele olhar que a mão invisível do mercado resolve tudo, ou seja não está preocupado com os setores que precisam de um pouco mais consistente da mão do estado , é uma visão que eu considero atrasada, mas que infelizmente veio com muita força para nosso país
Amadeu Campos: Diálogo, entendimento, o senhor acha difícil?
Assis Carvalho: Até porque o governo que aí está nunca foi de diálogo, o diálogo dele é fazer gestos de armas, não se dialoga com pistola na mão, se dialoga quem tem capacidade de apresentar proposta, de ouvir opinião, uma pessoa que diz que a opinião dele ou concorda ou dá um tiro na cabeça vai dialogar com quem?
Amadeu Campos: Vamos passar para o Governo do Estado, Wellington Dias tomou posse ontem para o quarto mandato e tem dito que esse tem que ser o melhor mandato da vida dele, mas já começa com contenção de gastos. O PT está sintonizado nesse novo momento onde o governador vai desagradar aliados?
Assis Carvalho: 100%, não há aliados, o governo tem que agradar um programa que foi apresentado e todos nós temos que nos adequarmos a esse programa. Estamos em uma situação bastante delicada, um estado dependente que nem o Piauí que sabe que mesmo para receber os repasses republicanos tem sofrido bastante, ele vai ter que fazer um esforço muito grande, para poder sobreviver sabendo que a relação durante quatro anos com governo federal é uma relação que por mais negociador que o governador seja, o grupo que ali está com a sua insensibilidade para os menores e o Nordeste tem estados mais pobres e sofrerão bastante, por conta disso o governador vai ter que fazer o que está fazendo, sendo transparente, explicar para a sociedade qual a realidade, infelizmente por conta disso muitas decisões precisam ser tomadas, decisões que se não fossem a realidade nacional não precisariam ser tomadas.
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