O cardiologista e diretor do Hospital Universitário (HU), Dr. Paulo Márcio, foi crucial para salvar a vida de uma mulher durante voo entre Teresina a Brasília, na terça-feira (27). Em entrevista ao Bom Dia Meio Norte, Paulo Márcio contou como tudo ocorreu.
Paulo Márcio agradeceu por estar no lugar certo e na hora certa e disse que estava no meio do trajeto entre Teresina e Brasília quando uma comissária procurou por um médico com urgência.
"Eu acho que um cardiologista, um médico que trabalha com emergência como eu trabalho, deve estar no lugar certo para tratar das pessoas certas. Eu estava no voo que saiu de Teresina e fazia uma hora, estávamos no meio da distância entre Teresina e Brasília quando a comissária de bordo chegou desesperada, dizendo que precisava de um médico com urgência e eu percebi que era algo sério, que era para ir para o tudo ou nada", disse.
O cardiologista disse que quando chegou na paciente ela estava desmaiada e com a frequência cardíaca baixa.
"Quando eu cheguei, eu estava diante de uma paciente que estava desmaiada e a aeromoça disse que ela tinha tido uma crise convulsiva e realmente, ela estava desmaiada, com a frequência cardíaca bem baixa. Para nós, cardiologistas e médicos, que trabalha com emergência pelo Brasil afora, essa é uma operação que a gente sabe exatamente o que fazer, é um caso que para nós é relativamente simples, mas, para o público em geral é um caso que pode evoluir, desde coisas leve até o paciente, eventualmente, perder a vida", acrescentou.
Paulo Márcio disse que no avião havia todo o suporte necessário para realizar o tratamento na paciente e que usando as técnicas necessárias conseguiu salvar a vida da passageira.
"No avião da Latam tinha tudo, tinha soro, glicose, tinha todas as medicações que o paciente precisava, inclusive um desfibrilador moderno, mas nesse caso, eu optei por um tratamento clínico, estabilizei a via aérea, fiz a massagem cardíaca dando suporte de oxigênio e aplica as medicações. Dá um trabalho ali no avião, você pegar a veia, mas a gente conseguiu fazer tudo e graças a Deus a paciente teve uma evolução boa", disse.
Para finalizar, Paulo Márcio disse que já havia passado por situação semelhante, mas não com várias pessoas ao redor e disse que foi um momento muito emocionante.
"Eu já tinha prestado atendimento assim, mas não na frente de várias pessoas, e eu acho que Deus salva, a gente só é instrumento. Foi um momento muito emocionante na minha profissão, por isso eu quero parabenizar todos os profissionais de saúde que fazem esse tipo de assistência e que fazem no anonimato, sem serem vistos, eu até me surpreendi com a divulgação dessas imagens, eu nem estava preparado para isso, mas como foi um caso que foi anotado no diário de bordo, era uma paciente, que depois que saiu a história na imprensa, ela estava se recuperando de um tratamento de câncer, e ela estava muito sensível emocionalmente e fisicamente", finalizou.