A equipe de reportagem da Rede Meio Norte conversou com a mãe de Camila Gabriela Lopes, de 30 anos, que era auxiliar administrativa na Penitenciária Maracujá, em Timon e foi morta com um tiro na cabeça em um bar no povoado Piranhas, localizado na zona rural de Timon, no Maranhão, na noite do último sábado (01). Eduardo Valadão, de 23 anos, estudante de Educação Física, também foi morto na mesma noite por homens encapuzados.
Segundo a mãe da vítima, o trabalho da perícia feito no local foi incorreto. “Me ligaram dizendo que minha filha tinha sido baleada, eu pensei que ia chegar lá e ia encontrar ela ainda com vida, que eu ia conseguir fazer alguma coisa, cheguei lá minha filha já estava terminando de morrer, estava no chão, achei totalmente estranho o que estava acontecendo. Não isolaram a área , quando a perícia chegou tinha muita gente lá dentro, pessoas que não eram da família, todo mundo podia entrar, todo mundo podia ver o que estava acontecendo, os peritos pegaram as cápsulas dos tiros sem luva, até onde eu sei lá não era um lugar perigoso porque ela jamais iria para um lugar perigoso levando o filho dela de 11 anos, ela era louca pelo filho”, disse ela acrescentando que no local estavam ela, o filho e o namorado.
“Na hora que eles chegaram para atirar, ela deitou no chão por cima do filho dela para proteger, porque ele tem 11 anos, mas é muito grande. Ela deitou por cima dele e eles deram um tiro na cabeça da minha filha. Uma menina como a Camila que não fazia mal para ninguém, eu não encontro uma pessoa para falar mal da minha filha, uma menina correta, direita. Ela não estava sendo ameaçada porque se ela tivesse sendo ameaçada a primeira coisa que ela tinha feito era me falado porque nos éramos amigas, ela era meu alicerce, ele não matou só ela, matou minha família toda, a Camila era amiga de todo mundo”, falou a mãe em prantos.
A mãe de Camila também destacou que o jovem morto no mesmo dia não tinha nenhum vínculo com Camila, os dois estavam apenas no mesmo local. “Se fosse um bandido os direitos humanos estavam na minha casa, minha filha trabalhou a vida toda, lutou se formou, minha filha acreditava no sistema, acreditava nos direitos humanos, o pensamento dela como assistente social era ajudar, mas ninguém veio na minha casa, ninguém veio perguntar se eu estava precisando de apoio. Eu quero justiça para minha filha eu quero que encontre quem fez isso com minha filha e vocês que fizeram isso com ela vocês vão pagar, se não pagarem nesse mundo vão pagar para Deus”, declarou.