O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão deflagrou na manhã desta quinta-feira (10) a Operação 'Mormaço', que cumpre mandados em revendedoras de veículos e sucatas localizadas em Teresina e cidades do Maranhão, que seriam utilizadas para lavagem de dinheiro de facção criminosa interestadual.
A ação acontece em parceria com o Gaeco do Piauí e a Polícia Civil do Maranhão e tem como alvos pessoas físicas e empresas localizadas em Teresina, Timon e Caxias, no Maranhão. A operação acontece paralelamente com a operação 'Hesíodo', que foi deflagrada pela Polícia Federal e que cumpre mandados contra suspeitos de integrar o mesmo grupo criminoso.
A investigação foi iniciada há cerca de um ano e apontou que a facção investigada mantinha um sistema de lavagem de dinheiro em parceria com empresas para o escoamento de valores oriundos de drogas ilícitas, armas de fogos, veículos e peças de automóveis, além de outras atividades.
A Polícia Civil do Maranhão informou que foram feitas prisões e cumprimento de mandados de busca e apreensão em lojas da avenida Barão de Gurgueia e na zona Norte de Teresina. Entre os alvos da operação está a Loja Modelo Veículos, que trabalha na categoria de lojas de carros, no bairro Vermelha, em Teresina, onde estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão.
Por meio de alguns investigados e de pessoas ligadas a eles, os investigadores apontaram que o dinheiro era aplicado em agências de veículos, arenas esportivas e aquisição de imóveis, além de outros segmentos empresariais. Essa manobra financeira tinha a clara intenção de dificultar o rastreamento dos valores.
Após representação formulada pelo Gaeco maranhense, a 1ª Vara Criminal do Termo Judiciário de São Luis-MA, que atua no processamento e julgamento dos crimes de organizações criminosas, determinou o sequestro de bens móveis e imóveis avaliados em aproximadamente R$8 milhões, além de bloqueio de ativos financeiros diversos. Ainda conforme as investigações, foi possível detectar movimentações de ativos dos investigados que chegaram próximo aos R$ 90 milhões.
Os envolvidos, caso condenados, podem responder em tese pela prática de crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo, tipificados, respectivamente, nos arts. 2º da Lei 12.850/13, art. 1º da Lei 9.613/96, art. 33, “caput” da Lei 11.343/06 e art. 12 da Lei 10.826/03.
HISTÓRICO
Em meados de 2020, o Gaeco do Ministério Público do Maranhão remeteu informações à Superintendência da Polícia Federal em Teresina, repassando a notícia de que traficantes estariam solicitando autorizações de registros de arma de fogo na capital piauiense. Após o recebimento da informação, a Superintendência Regional da PF no Piauí desencadeou, no último mês de setembro, a operação Integração I.
Em seguida, os dados colhidos foram compartilhados com a Superintendência da Polícia Federal maranhense, viabilizando a atividade desta quinta-feira (10), enquanto coube ao GAECO-MA deflagrar a operação Mormaço, atingindo em cheio o patrimônio da organização criminosa.