O secretário de Saúde do Piauí, Florentino Neto, concedeu uma entrevista na manhã desta quarta-feira, 02 de fevereiro, ao programa Bom Dia Meio Norte, para falar sobre o novo decreto publicado pelo Governo do Estado com novas medidas de restrição no estado.
O decreto foi pautado em recomendações do Comitê de Operações Emergenciais de Combate a Covid-19 (COE), diante do surgimento da Ômicron e da alta da taxa de positividade que cresceu de 16,66% para 31,5% e da ocupação de leitos de UTI no Piauí que está acima dos 70%.
“Nós estamos em um momento que nos leva a uma reflexão da necessidade de medidas que possam contribuir decisivamente no controle da transmissibilidade do coronavírus, não é possível que a gente tenha hoje uma necessidade de estarmos todos os dias ampliando leitos para tratamento das síndromes respiratórias graves e também para a Covid-19 e a gente tenha eventos, atividades, que gerem aglomeração”, declarou.
Segundo o secretário, a posição tomada ontem pelo Governo do Piauí após recomendação do COE é a mesma de outros estados. “O Centro de Operações de Emergência se reuniu a pedido do governador para avaliar os dados do momento. O governador pediu que os membros do COE apontassem caminhos para que a gente pudesse estabelecer uma nova medida do decreto e que ela fosse uma norma que espelhasse o atual momento e as necessidades que nós temos. Então o que foi deliberado foi que nós não podemos ter festas de pré-carnaval, nem carnaval esse ano e não podemos ter nenhum evento que gere aglomeração. A presença de público nos teatros, cinemas, em qualquer espaço que congregue pessoas está restrita a 30% da capacidade. Essas são as principais medidas do decreto que entrou em vigor a partir de ontem e que efetivamente traz essa posição, posição essa que também é compartilhada por outros estados”, disse.
Novo pico da onda de contaminação da Covid-19
Florentino Neto informou ainda que após reunião com o COE foi possível analisar que o pico dessa nova onda de contaminação da Covid acontecerá entre os dias 20 e 24 de fevereiro. “Nem todos os estados tem a mesma situação epidemiológica, nós temos visto todos os dias o mapa do numero de óbitos no Brasil a gente vê quase o Brasil todo em vermelho, agora alguns estados já passaram pelo pico dessa onda que estamos vivendo, estão em onda decrescente, outros estados estão chegando ao pico como é o Piauí. Conversando com o COE, o que se coloca é que possivelmente nós vamos ter um pico desse período que nós estamos vivenciando agora ali entre o dia 20 e 24 de fevereiro. Então nós estamos nos preparando, estamos com plano de contingências com força total para que a gente possa da mesma forma que nós demos resposta para a população nas outras oportunidades dar novamente”, declarou.
Situação dos leitos
Sobre a situação dos leitos, o secretário destacou. “Nós estamos ampliando onde há necessidade, na semana passada nós ampliamos 10 leitos no HGV, a UTI no Hospital da Polícia Militar está dedicada a Covid e as síndromes respiratórias e nós estamos ampliando nos municípios pólos conforme a necessidade. Isso é possível porque nós compramos equipamentos, nos preparamos com respiradores, monitores lá na primeira onda para que a gente pudesse a todo momento, quando há necessidade, fazer essas ampliações, além de termos comprado, nós temos um serviço de manutenção periódica para que a gente tenha equipamentos a disposição”, disse.
Novos decretos
O secretário declarou ainda que não acredita que o Piauí terá novos decretos mais restritivos nos próximos dias. “Eu tenho evitado fazer previsões, mas eu vou aqui talvez pela primeira vez me aventurar a dizer que eu não acredito em medidas mais rígidas, eu estou muito crente que esse olhar que os técnicos, os infectologistas, baseados na ciência fizeram para os próximos 30 dias. Eu acredito que não vai haver necessidade de fortalecimento ou de novas medidas, se houver necessidade nós vamos estar prontos, não vamos fugir da responsabilidade de fazê-lo, mas eu acredito que não haja necessidade, a gente tem que entender que as escolas estão colaborando, nós não podemos deixar de reconhecer que os donos de restaurantes contribuem, a gente não pode deixar de trabalhar. Temos que lutar para que a gente possa reduzir as atividades que tenham potencial grande de transmissibilidade, em um show é impossível que as pessoas estejam a 1,5m uma das outras, as pessoas não usam máscaras, no carnaval também não iria acontecer isso. Então a medida foi tomada dentro daquilo que era mais previsível de ter um aumento de transmissibilidade e as outras atividades precisam continuar, mas obedecendo rigidamente os protocolos”, finalizou.