No Bom Dia, delegada fala sobre caso de criança morta no RJ: “Crime cruel”

Ela disse que a criança apresentava 59 lesões pelo corpo e que em 40 anos de polícia, nunca tinha visto algo tão cruel, tão desesperador

Uma menina de 2 anos morreu, segundo a polícia, torturada dentro de casa, na Zona Oeste do Rio, em uma sequência de maus-tratos. O pai e a madrasta de Quenia Gabriela Oliveira Matos de Lima foram presos em flagrante nesta quinta-feira (9). O pai nega as agressões e diz que tudo “é um erro”. Já a madrasta afirma que a enteada se machucou caindo. 

Em entrevista ao Bom Dia Meio Norte, a delegada Márcia Julião trouxe detalhes sobre esse caso chocante. Ela disse que a criança apresentava 59 lesões pelo corpo e que em 40 anos de polícia, nunca tinha visto algo tão cruel, tão desesperador.

Quenia Gabriela Oliveira Matos de Lima — Foto: Reprodução 

"Em 40 anos de polícia, nunca vi algo tão cruel, algo tão desesperador, minha equipe ficou consternada. Na última quinta, chegou uma médica na delegacia dando conta que uma criança chegou muito machucada em uma clínica e que já chegou em estado de óbito. E aí mandei minha equipe lá, eles fotografaram as lesões, quando eu vi, eu mandei logo que desse voz de prisão ao pai e à madrasta que estavam na clínica e trazidos para a delegacia. A médica foi de tal importância, porque ela veio para a delegacia e prestou declarações na qualidade de testemunha, explicando as lesões. Eram 59 lesões provocadas por ações contundentes, 16 lesões só na cabeça e as demais espalhadas pelo corpo e o ânus estava dilacerado. No laudo, que já foi feito, diz que ela sofreu politraumatismo torácico abdominal, Síndrome da criança espancada, disse o perito, o legista. Essa criança foi cruelmente assassinada", disse a delegada.

Ela disse também que a criança não sofreu as lesões todas de uma vez, disse que a criança vinha sendo agredida ao longo do tempo, pois apresentava lesões recentes como outras lesões mais antigas.

"Essa criança vinha sendo torturada ao longo de muito tempo, ela sofreu muito. O dia da morte foi quinta-feira, mas ela já vinha morrendo devagar, porque tinha lesões recentes, lesões menos recentes e lesões mais antigas ainda", completou.

A delegada Márcia disse ainda que o pai e a madrasta estavam frios, gelados no depoimento e não esboçaram nenhum tipo de arrependimento.

"Gelados, a madrasta não esboçou nenhum arrependimento e nenhum dos dois disse que bateu na criança uma vez se quer. Diziam que ela caiu brincando, coisa de criança. A gente ficou muito mexido com isso, você não entende, como um ser humano é capaz disso, quem faz isso com uma criança não tem humanidade", finalizou. Assista abaixo à reportagem completa.

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