O apresentador do programa Bom Dia Meio Norte, Ieldyson Vasconcelos, entrevistou com exclusividade o irmão do goleiro Bruno, Rodrigo Fernandes das Dores Sousa, de 30 anos, que se tornou alvo de uma repercussão nacional após revelar para a Polícia Civil do Piauí a localização dos restos mortais da modelo Eliza Samudio, que teria sido assassinada pelo seu ex-amante, o goleiro Bruno, que jogava no Flamengo do Rio de Janeiro.
Rodrigo, que está preso na Casa de Detenção Provisória de Altos, por suspeita de furto e estupro de uma menor de idade, declarou em depoimento a polícia que os restos mortais de Eliza estão em uma cidade de Minas Gerais.
Logo no começo da entrevista, Rodrigo foi questionado sobre o motivo da sua prisão e afirmou que é inocente de todas as acusações que envolvem seu nome: "A vida em 2010 foi sempre trabalhando, como o Piauí, Campo Maior, Teresina, sempre me conheceu trabalhando de forma honesta. De 2010 para cá veio as perseguições, eu tive um mandado de prisão pelo Estado do Maranhão onde me levaram em uma acusação séria de cárcere privado e estupro e eu provei inocência com sete dias que estava preso, arquivaram esse processo e eu voltei para o Piauí. Continuei morando tranquilamente, em 2013 estive em outra prisão, eu sou um tipo de pessoa que puxei genética do meu pai, meu pai era uma pessoa estragada, envolvido com mulheres da vida, o Bruno é da mesma forma, eu também não fico atrás, eu não tenho necessidade para estuprar ninguém, mulher a gente encontra no Centro viciadas por 10 reais, que necessidade tem um cara pegar uma moça e estuprar? Eu fui preso no dia 3 de setembro em Timon dizendo que eu invadi uma central de televisão no Piauí, disseram que eu tinha ameaçado o repórter dentro da emissora e estava fugindo, eu não estava fugindo, eu moro em Timon, o que aconteceu foi que o repórter dessa emissora me ligou, pediu para eu ir ao encontro dele, e eu fui, quando cheguei estava os policias da Força Tática, aí foram dizer que são várias acusações de estupro onde nenhum foi comprovado. Já estou 10 meses preso. Quando eu entrei jogaram três acusações para cima de mim, e hoje já tem seis acusações, não vou dizer que não tenha ficado com elas, mas estupro nunca fiz", declarou.
Rodrigo Fernandes afirmou que deu o depoimento sobre o caso Eliza Samudio após o delegado do Rio de Janeiro, Elídio Duarte, pedir uma carta precatória (quando uma jurisdição de outro Estado pede um depoimento) para o acusado sobre o fato. "Ele recolheu esse depoimento há duas semanas, aqui é uma unidade penitenciária muito competente com trabalho de informações, priorizam a imagem do presidiário e nem tem contato com outros pavilhões, eu não tenho como saber lá fora a respeito da repercussão que teve o meu depoimento. O ultimo contato que eu tive com o goleiro Bruno foi em 2013 quando eu fui visitá-lo na penitenciária de Minas Gerais. Esse caso que estou envolvido foi ele mesmo que citou meu nome, se estamos na chuva temos que se molhar, temos que nos preparar para tudo. Tudo começou em junho de 2009 quando o Bruno estava lutando com ela para ela fazer o aborto, em 2010 foi o desaparecimento dela. Existe um pacto entre várias pessoas que a gente não pode expor", disse.
Sobre esse pacto, o apresentador Ieldyson Vasconcelos, questionou sobre a participação de Rodrigo no PCM (Primeiro Comando do Maranhão): "Isso eu não posso revelar, conheço integrantes, cada um tem seu cargo, sua competência, quem for revelar sua competência tem uma penalidade no grupo, por isso vou ficar calado", disse ele. Ieldyson logo em seguida questionou a participação do acusado no Comando Vermelho que revelou: "Isso já é da parte do Rio de Janeiro, essa parte não é comigo, é com outra pessoa que também está envolvida no caso Eliza Samudio", afirmou.
Ao ser indagado sobre onde estão os restos mortais de Eliza Samudio, Rodrigo declarou: "Não adianta me perguntarem se eu sei onde está o corpo porque esse é um assunto que interessa a Justiça. Sobre o fato de me citarem nesses documentos começou em junho de 2009 quando encontraram três fotos minhas nas investigações. Uma em um sítio no dia da festa em que Eliza estava e vários jogadores do Flamengo também estavam porque o time jogou em Belo Horizonte e alguns retornaram para o Rio e outros ficaram lá. Outra foto foi no aeroporto no dia que foram buscar ela chegando de viagem de São Paulo, isso cabe ao investigador dizer se a foto é minha ou é uma montagem. A outra foto foi em uma Hilux com placa do Piauí e outra com placa do Maranhão que saiu a ultima vez que ela saiu do sitio do goleiro Bruno", disse.
Rodrigo Fernandes afirmou que não pode revelar tudo que sabe porque a qualquer momento pode ser solto e não tem quem lhe garanta proteção: "O Bruno tomou uma atitude tão perspicaz que até um menor que ele envolveu no meio foi o primeiro a abrir a boca, pessoas que ele menos dava a missão terminou sabendo mais coisas. Existem dois grupos fortes o PCM e o CV, amanhã eu posso estar na rua, quem vai me dar proteção?", indagou.
O acusado declarou que o caso Eliza Samudio começou bem antes do que a mídia pensa: "Isso começou em 2009. Foram pegar a Eliza que estava na casa da Milena, uma amiga dela de apartamento, de longe ela reconheceu o carro do goleiro. Ao chegar no carro ela olhou para o banco de trás e viu uma pessoa deitada, perguntou para o Bruno quem era essa pessoa e o Bruno disse que era o irmão dele, levaram ela para o apartamento do Bruno, deram um medicamento forte para ela e tentaram colocar ela para abortar a criança, ela aceitou fazer o procedimento na sexta-feira. Ela pediu para ligar para o Marcelo para ele comunicar ao goleiro que aceitava fazer o aborto, depois de tomar o remédio ela caiu no sono, quando acordou, pegaram ela, colocaram de novo no carro com placa do Piauí, levaram até um ponto de táxi e mandaram ela voltar para casa da Milena, quando ela chegou lá contou tudo para a Milena e em seguida registrou o fato na polícia", afirmou.
Ieldyson perguntou para Rodrigo onde ele estava quando Eliza Samudio desapareceu e o acusado declarou: "Poucos dias depois que a Eliza desapareceu, porque também não foi da noite para o dia que encontraram essa informação, eu já tinha chegado no Piauí eu já estava com documentações comprovadas aqui de que estava trabalhando. Agora vamos supor que sexta-feira chegue um advogado do Rio e diga: 'Rodrigo vim a pedido do seu irmão, ele vai dar uma matéria, dizer que isso é uma mentira e você vai ter que confirmar'. Quem sou eu para dizer? Eu cumpro ordens. Não foi eu que procurei a emissora, foi o próprio goleiro Bruno que citou meu nome dizendo que eu estava no banco de trás. Isso ficou a disposição da Justiça, se me derem proteção eu conto o que eu sei, não sei se vai interessar o Brasil ou se vai ser complicado o desgaste familiar. Eu não vou jogar as cartas na mesa e salvar o Bruno. O Bruno veio de uma favela, e quem mora em uma favela por mais que se forme hoje um líder no futebol como ele se formou não deixa seu vinculo com a favela, então quem tem um vinculo na criminalidade por mais que suba de categoria não para o vinculo com as pessoas envolvidas no crime. Saber muito se torna complicado e me chamar de louco também, louco são vocês que não sabem o grau de perigo que está correndo a vida de uma pessoa, não se envolvam em um caso de repercussão como esse, envolve pessoas importantes que ainda hoje estão no futebol brasileiro. Eu posso cair, mas uns 18 chegam lá comigo", avisou o acusado.