Recentemente, o Botox ganhou bem-sucedido espaço em áreas da medicina distantes da estética, como no tratamento da enxaqueca. A toxina bloqueia a liberação de neurotransmissores associados com a origem da dor, diminuindo sua frequência e intensidade. Pois ao lidar com dores de cabeça severas, os pesquisadores descobriram uma nova e promissora utilidade para a substância: ela também combate a depressão.
O QUE DIZ O ESTUDO
Pesquisas demonstram que a toxina tem efeito antidepressivo quando aplicada entre as sobrancelhas. Parece esquisito, mas foram realizados exames de ressonância magnética que confirmaram a tese. Quando as pessoas são incapazes de fazer expressões faciais de raiva (o Botox reduz o estímulo muscular), há menos atividade na amígdala, uma região cerebral associada ao controle da ansiedade e à resposta para o medo. Se uma pessoa não pode franzir a testa, o cérebro não registra um sentimento negativo, portanto. Uma outra explicação baseia-se no princípio de que emoções negativas como medo, raiva e tristeza estão relacionadas à ativação de músculos específicos da parte superior da face. As injeções de Botox dificultam os movimentos da face para expressões negativas, como o franzir da testa quando há chateações. Uma expressão mais leve deflagra contrapartidas de sociabilidade, atalho para melhora nas emoções, de forma involuntária e espontânea.