Mulher negra, jovem, periférica. O livro traz uma abordagem do racismo no Brasil e, segundo a autora, é preciso conhecer o problema e sua escrita é uma forma de tentar colocar luz sobre os sintomas para começar uma mudança estrutural. "Gosto de citar o cientista social Carlos Moore sobre o tema: Precisamos de maturidade para entender que o problema é tão complexo, que sua solução portanto não pode ser linear. Não há um prazo para o fim do problema, como numa linha do tempo, porque ainda investigamos muito mal o seu início. A cabeça de cada ser humano que se beneficia de uma sociedade racista, machista, capitalista, no Brasil ou no mundo, vibra por sua continuidade, conscientemente ou não", reverbera.
POETA
Fazer refletir, pensar, questionar. Luciene Nascimento conta que demorou muito tempo para se reconhecer como poeta, já que não lia poesia. Mas destaca que sua escrita tem uma conexão profunda entre a palavra e os anseios da alma. "Pra mim isso é o maior sinal de que a poesia existe dentro da gente, e espero que minha maneira de sentir encontre, mesmo que escondidos, os anseios da alma daquele quem me lê", complementa.