Maio Furta Cor: Campanha fala sobre saúde mental materna

Maio Furta-cor é uma campanha que fala sobre a saúde mental materna.

Maio Furta-cor é uma campanha sem fins lucrativos, democrática e apartidária, que visa sensibilizar a população para a causa da saúde mental materna. Questionar os papéis, as crenças e os mitos que estruturam nossa visão sobre a maternidade possibilitam a construção de paradigmas e uma nova e potente cultura de saúde mental, não apenas para as mães, mas para a sociedade como um todo. Campanhas de grande alcance são capazes de gerar conscientização em larga escala, fomentar debates, e assim, mudar culturas. 

POR QUE PRECISAMOS DE UM MÊS DEDICADO À SAÚDE MENTAL DAS MÃES? 

Precisamos de um mês dedicado à esta causa pois, apesar do forte estigma social em torno de temas ligados à saúde mental, há um alarmante aumento nos casos de depressão, ansiedade e, infelizmente, suicídio entre as mães. Pouca ou nenhuma atenção tem sido dada aos fatores que vêm contribuindo ao sofrimento mental das mulheres face às crescentes demandas da maternidade, o que as leva a vivenciar esse papel imersas num elevado nível de exigência, sentimentos de auto-reprovação, insuficiência e culpa. O modo como se legitima visões distorcidas sobre esse papel reforça a crença em um modo único e soberano de exercer a maternidade e isso impacta na saúde mental materna, gerando dor e sofrimento. 

DEPRESSÃO NO PERÍODO PÓS-PARTO 

O Brasil apresenta taxas que variam em até 30% de depressão no período pós-parto. Estudos mundiais estimam que 3,7 mulheres se suicidam no pós-parto a cada 100.000 nascidos vivos (para fins comparativos, 1,92 mulheres morrem de hemorragia pós-parto na mesma proporção). O período perinatal pode agravar condições prévias de saúde mental, como ansiedade, transtorno bipolar e entre outros, sendo uma importante janela para discussões sobre prevenção e promoção à saúde mental. Além disso, mulheres adoecem o dobro de depressão quando comparadas aos homens. Mulheres adoecem mais ainda em situações de desigualdade social. A biologia sozinha não explica esse fenômeno e é preciso contextualizar todo o impacto que ser mulher e ser mãe pode gerar na vida psíquica das diferentes mães e diferentes mulheres que temos em nosso país.

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