Por Francy Teixeira
Com raízes fincadas no Piauí, o vice-presidente da República Hamilton Mourão (PRTB) concedeu entrevista exclusiva ao ‘Jogo do Poder’, veiculado pela Rede Meio Norte, nesta quarta-feira, 15 de julho. Na ocasião, o vice-líder do Planalto reafirmou a importância estratégica do Nordeste, sinalizando que a região é “o berço do Brasil desde o descobrimento”, reafirmando o potencial energético e turístico dos nove Estados que a compõem. Na ocasião, Mourão respondeu aos questionamentos dos jornalistas Amadeu Campos, Arimatéa Carvalho, Ananias Ribeiro e Sávia Barreto.
O vice-presidente explicitou ainda o potencial produtor do Piauí, principalmente com a fronteira agrícola Matopiba (formada em conjunto com os Estados do Maranhão, Tocantins e Bahia), sendo a agropecuária uma importante força motriz ao desenvolvimento.
“O Brasil é um país de dimensões continentais, e muitas pessoas não têm consciência dessa dimensão, consciência do que é a Amazônia, é necessário que o país entenda que da Amazônia virão soluções econômicas andando lado a lado com a preservação da floresta. No Brasil são cinco países diferentes em um e cada região tem suas potencialidades, no Nordeste vejo um grande potencial em energia limpa, turismo e óbvio que temos que resolver o problema da água chegar ao semiárido, vamos lembrar que hoje o Sul do Piauí é um grande produtor de soja, tem muito espaço pro Norte e Nordeste”, disse.
Durante a entrevista exclusiva, Mourão explicitou o carinho especial que detém com o Piauí, e a relação respeitosa e apaziguadora que possui com os principais líderes da região, reiterando sua disposição em auxiliar os Estados na consecução de projetos.
“O Piauí é o tronco da minha família, meu avó paterno é natural de Pedro II, tive a oportunidade de visitar Pedro II ano passado, era uma dívida que tinha com os meus antepassados. Logo de cara recebi o convite do governador para visitar, sou cidadão piauiense, e tenho um olhar carinhoso e sempre à disposição para ajudar no que for necessário nas ações do Governo do Piauí, e nos municípios”, afirmou.
Ações do Fundo Amazônia
Coordenando o Conselho da Amazônia, o vice-presidente elencou na entrevista concedida ao Jogo do Poder, as ações que foram pautadas na reunião ocorrida nesta quarta-feira, 15 de julho. Mourão reiterou o compromisso com a reativação do Fundo da Amazônia e a preservação da floresta, indo de encontro aos anseios da comunidade internacional.
“É uma temática do século XXI, e faz parte do pacto de gerações, temos que preservar, este é o primeiro aspeto; o segundo aspecto a Amazônia é a última fronteira intocada, sobre olhares completamente distintos do século que estamos vivendo, na nossa reunião do Conselho abordamos as questões que estamos vivendo, em termos de garimpo, desmatamento outros problemas como baixo desenvolvimento da região, biodiversidade, que formam o arcabouço daquilo que preparamos para o desenvolvimento sustentável; manutenção das operações de comando e controle, de modo a dar uma resposta efetiva aos anseios da comunidade internacional e brasileira; um planejamento para a recuperação da capacidade operacional das nossas agências, tal como melhorar o nosso sistema de monitoramento, de alertas, do nosso satélite; também a questão da reativação o Fundo Amazônia que paramos ano passado, assim como avançar na questão de pesquisa e desenvolvimento e atrair empresas. Essas foram as principais decisões tomadas pelo Conselho”, comentou.
Enfrentamento ao novo coronavírus
Quanto ao enfrentamento da pandemia da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, o vice-presidente detalhou o esforço do Palácio do Planalto na atuação em três frentes.
“Desde o surgimento dessa doença nosso Governo começou a atuar em três curvas principais: a primeira da saúde, que o SUS fosse capaz de absorver a doença, isso ocorreu a partir da observação dos protocolos médicos e levantar quais estão dando resultado, já que não há um medicamento ou vacina específica; a segunda foi a distribuição de pessoal capacitado e a terceira a logística de material, a compra de insumos, respiradores; o Governo também buscou trabalhar na curva de empregos, no sentido de manter o maior número, como desonerar a folha de emprego, repartição do pagamento de salários, assim como financiamento e linhas de crédito para pequeno e microempresas e a outra medida agindo na renda dos brasileiros, aí surgiu os R$ 600 e têm surtido efeito, possibilitando que as pessoas mantenham a capacidade de alimentar sua família”, sinalizou.
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Eleições de 2020
Com o PRTB trabalhando na construção de candidaturas competitivas no pleito deste ano, Hamilton Mourão detalhou o esforço da legenda em crescer em todo o Brasil, para que em 2022 possa superar a cláusula de barreira, retomando assim a representatividade na Congresso Nacional.
“Quando me filiei ao PRTB disse que seria um soldado do partido, estamos iniciando um movimento vigoroso no sentido de aproveitar esse pleito eleitoral de 2020 para sedimentarmos a base e chegarmos em 2022 competitivos para superarmos a cláusula de barreira e voltar a ter representatividade no Congresso Nacional, estou em todo momento me prontificando a apoiar nossos pré-candidatos. Assim que a legislação permitir iniciar a campanha eleitoral, estarei gravando programas, lives, com os nossos candidatos e auxiliando”, frisou.
Sobre 2022, Hamilton Mourão destacou que manterá o apoio ao presidente Jair Bolsonaro caso este resolva mantê-lo como vice na chapa, indicando que não possui planos para concorrer noutro posto.
“Essa questão tem sido me perguntada por diversos analistas, e sempre coloco se o presidente for candidato à reeleição e quiser minha companhia estarei ao seu lado, se ocorrer ao contrário por enquanto não tenho a visão de concorrer a outro cargo, acho cedo para tratar a respeito”, afirmou.
O vice-presidente ainda destacou que não tem pretensão de substituir Bolsonaro no comando do Palácio do Planalto. “Porque a pergunta do senador Kajuru me colocava numa saia justa, eu sou um homem do Governo, tenho uma lealdade irrestrita do presidente Bolsonaro e entrei para ser vice, e não para substitui-lo”, comentou.
No que se relaciona a investimentos no país, Mourão defendeu um plano consciente, pautado principalmente em parcerias com a iniciativa privada. “Era um rascunho que levou a uma série de interpretações, a minha visão muito clara é que o Governo hoje não tem espaço fiscal para grandes investimentos, nossos dois pilares básicos estão rachados: um é o equilíbrio fiscal e temos uma baixa produtividade, fruto do famoso custo Brasil. Na realidade o que está previsto é utilizar o pouco espaço fiscal que o Governo tem em projetos estratégicos que atraia a iniciativa privada para portos, aeroportos, seria mais ou menos tipo cada 1 real gasto pela iniciativa pública, 10 seriam empregados pela iniciativa privada”, ponderou.