A colheita da safra cafeeira 2024/25 no Brasil está em ritmo acelerado. No Espírito Santo, cerca de 40% da produção de café robusta já foi colhida até 18 de junho, com boa qualidade dos grãos. Em Rondônia, a colheita está ainda mais avançada, restando apenas 25% para completar. O clima seco tem favorecido a colheita do café arábica nas principais regiões produtoras, com metade da área colhida até 28 de junho. (Artigo originalmente publicado na revista Agroanalysis da Fundação Getúlio Vargas) Scot Consultoria.
COLHEITA AVANÇA EM MEIO A PREÇOS FIRMES
Em junho, os preços do café arábica e robusta atingiram seus níveis mais altos desde 2022 (Figura 1). Segundo o Cepea, ao final de junho (27/6), a saca de café arábica estava sendo negociada a R$1.368,47, enquanto a de robusta alcançava R$1.215,18, representando aumentos de 4,3% e 3,9%, respectivamente.
O aumento das cotações do café robusta desde o último trimestre de 2023 é impulsionado pela demanda internacional aquecida, especialmente devido a problemas climáticos e logísticos em importantes países produtores na Ásia, como o Vietnã. Para o café arábica, os estoques globais reduzidos e o fortalecimento das cotações do robusta, aliados a exportações robustas e valorização cambial em junho, sustentaram os preços.
ESTIMATIVA DE RESULTADO
Com receita elevada e custos menos onerosos comparados à safra anterior, projetamos um resultado positivo para os cafeicultores em 2024 (Tabela 1). Embora os preços possam sofrer pressão de baixa com o avanço da colheita, o mercado internacional robusto e a demanda firme pelo café brasileiro devem mitigar essa tendência. Mesmo que os preços retrocedam aos níveis de abril, em torno de R$ 1.000,00 por saca, espera-se um retorno satisfatório para os produtores.
EXPECTATIVAS PARA 2º SEMESTRE
A safra 2024/2025, que está sendo colhida, será de bienalidade positiva, com uma expectativa de produção recorde de 58,08 milhões de sacas, um aumento de 5% em relação à safra anterior, segundo a Conab. A exportação de café de janeiro a maio atingiu 20,690 milhões de sacas, um recorde para o período, refletindo um crescimento de 52,1% em relação ao ano anterior (Cecafé).
A demanda externa continua forte, apesar das incertezas climáticas no segundo semestre com a possível influência do La Niña. A desvalorização do real frente ao dólar pode aumentar os custos com insumos para a próxima safra, mas os preços elevados do café e a expectativa de boa produtividade mantêm o cenário favorável para os produtores.