Aftosa: mais de 90% do rebanho piauiense vacinado

Há mais de 4 anos Piauí mantém índice superior a 90%

Liana Paiva

repórter

O Piauí mantém a meta de chegar até o final do próximo ano como área livre da febre aftosa sem vacinação. E a confiança veio da divulgação da campanha de vacinação contra a doença, nesta quinta-feira (26), pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adapi). Conforme os dados, foram mais de 1,6 milhão de bovinos e bubalinos vacinados, o que representa quase 90,46% do rebanho piauiense devidamente vacinado. O último foco da doença no país foi registrado em 2006.

Ao todo, foram mais de 65 mil criadores em todo o estado que declararam a guia de vacinação junto ao órgão, um recorde até então. Por mais de quatro anos, o Piauí vem mantendo o índice acima de 90% do rebanho vacinado, o que pode garantir ao Estado o Status de área livre da aftosa sem vacinação. “Todos estão de parabéns por conseguirem mais uma vez atingir a marca de 90% com recorde de criadores declarando a vacinação”, disse Idílio Brito, diretor da Adapi. 

Esse ano, os estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso foram reconhecidos internacionalmente como zonas livres de febre aftosa sem vacinação. Ao todo, são mais de 40 milhões de cabeças que deixam de ser vacinadas, o que corresponde a cerca de 20% do rebanho bovino brasileiro e a 60 milhões de doses anuais da vacina que deixam de ser utilizadas, gerando uma economia de aproximadamente R$ 90 milhões ao produtor rural.

O reconhecimento foi concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) durante a manhã desta quinta- feira (27), na 88ª Sessão Geral da Assembleia Mundial dos Delegados da OIE. O Paraná também recebeu o reconhecimento como zona livre de peste suína clássica independente. Após a assembleia da OIE, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, anunciou, em live, a conquista do setor, ao lado de governadores dos estados beneficiados.

Para realizar a transição de status sanitário, os estados e regiões atenderam requisitos básicos, como aprimoramento dos serviços veterinários oficiais e implantação de programa estruturado para manter a condição de livre da doença, entre outros, alinhados com as diretrizes do Código Terrestre da OIE.

O processo de transição de zonas livres de febre aftosa com vacinação para livre sem vacinação está previsto no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE PNEFA), conforme estabelecido pelo Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa). A meta para o Brasil ser todo livre de febre aftosa sem vacinação é no ano de 2026.

Hoje, existem em torno de 70 países reconhecidos livres de febre aftosa sem vacinação, que são potenciais mercados para a produção de carne bovina e suína com melhor preço e sem restrições sanitárias como, no caso da carne bovina, desossa e maturação. Entre esses países, estão Japão, Estados Unidos, México e países da União Europeia. Em 2021, nos quatro primeiros meses do ano, o volume exportado de carne bovina e suína aumentou 27% na região Sul do país, representando valores de R$ 4,3 bilhões, contra R$ 3,4 bilhões no mesmo período em 2020.

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