Arroba bate R$ 256 e baixa oferta de animais pode elevar preço

Onda de valorizações reflete a enorme escassez de animais e o ritmo

Os preços do boi gordo voltaram a subir nas principais praças de produção e comercialização do Brasil na última terça-feira (15). “O ambiente de negócios não muda, com oferta restrita de animais terminados em grande parte do país, fator que dificulta a formação das escalas de abate dos frigoríficos”, diz o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.

Segundo Iglesias, a demanda para animais que cumprem os requisitos de exportação à China segue muito aquecida, com ágio de cinco reais em relação aos animais destinados ao mercado doméstico. Com isso, as exportações permanecem em bom nível, com o voraz apetite chinês sendo o grande diferencial do ano para o setor carnes brasileiro.

Em São Paulo, referência para outras praças do País, o valor médio para o animal terminado saltou de R$ 248,77/@ na segunda-feira (14/9), para R$ 250,30/@, na última segunda-feira (11/9), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 236,31/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 245,55/@.

Já o Cepea, bateu o maior patamar da história do Indicador, abriu a semana com valorização e cotado a R$ 248,60, à vista, praça paulista, mas acabou devolvendo os ganhos e fechou a terça-feira (15), cotado a R$ 247,50/@.

Na capital de São Paulo, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 252 a arroba, ante R$ 250 a arroba na comparação com a segunda (14) Em Uberaba (MG), os preços ficaram em R$ 249 a arroba, contra R$ 246 registrados na segunda. Em Dourados (MS), os valores recuaram de R$ 246 a arroba, para R$ 244. O mesmo aconteceu em Goiânia (GO), com preços passando de R$ 242 para R$ 240 a arroba. Já em Cuiabá (MT), o preço ficou em R$ 230 a arroba, ante R$ 227.

A falta de gado para abate continua motivando a forte pressão altista nas cotações, avalia a IHS Markit. Além disso, a subida da arroba têm suporte nos bons resultados das exportações de carne bovina. Segundo relatório preliminar divulgado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques nos primeiros 8 dias úteis de setembro obtiveram média diária de 8,2 mil toneladas, crescimento de 24,6% em relação ao mesmo período em 2019.

Neste contexto, ressalta a IHS, para conseguir comprar bons lotes de boiadas e preencher as escalas de abate, as indústrias oferecem valores acima das máximas anteriores.

Há também, de acordo com a consultoria, frigoríficos que enfrentam atualmente grande dificuldade para se adaptar ao movimento especulativo do mercado bovino, e são prejudicados pelo enfraquecimento nas vendas de carne bovina no mercado atacadista brasileiro.

“Essas indústrias limitam o fluxo de aquisições e tentam trabalhar com os preços estáveis”, observa a IHS. No entanto, muitas vezes, os frigoríficos não estão tendo êxito nessa estratégia de retenção dos preços da arroba, devido à grande disputa no mercado pelas boiadas disponíveis para venda.

Giro pelas praças 

Na quarta-feira (16), houve registro de ajustes positivos entre as praças do Centro-Sul e também ao Norte do País. No Paraná, lotes em volumes mais significativos de gado foram negociados acima das máximas anteriores, segundo informa a IHS. Em São Paulo, como mencionado no primeiro parágrafo, em meio a forte restrição de oferta e escalas encurtadas, que atendem ainda esta semana, a arroba registrou novas altas.

No Mato Grosso do Sul, apesar da tentativa de alguns frigoríficos de pagar valores abaixo das máxima vigentes, os poucos lotes efetivados foram feitos a preços mais altos nesta terça-feira

No Tocantins, o preço da vaca gorda subiu e o valor do macho ficou estável. Na Bahia, a cotação do boi subiu para R$ 254/@, ultrapassando São Paulo como maior valor negociado no País. O preço da vaca também subiu hoje, atingindo R$ 247/@.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem firmes. Conforme Iglesias, a tendência é que os preços continuem subindo, em linha com a boa reposição entre atacado e varejo. Já para a próxima semana espera-se uma reposição mais lenta diante do menor apelo ao consumo tradicional da segunda metade de cada mês.

Com isso, a ponta de agulha seguiu em R$ 14,10 o quilo. O corte dianteiro permaneceu em R$ 14,20 o quilo, e o corte traseiro continuou em R$ 17,70 o quilo.

Câmbio

O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,24%, sendo negociado a R$ 5,2890 para venda e a R$ 5,2870 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,2210 e a máxima de R$ 5,3030.

Fonte: Compre Rural 

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