Bezerra nasce com duas cabeças em Minas Gerais; assista o vídeo

Família acredita que a deficiência vem pelo fato de os pais do animal serem irmãos, mas a ciência diz que anomalia pode ocorrer por outros motivos

Um caso raro de nascimento de bovino com duas cabeças ocorreu nesta segunda-feira, 31, na cidade de Lima Duarte, em Minas Gerais. Segundo a família dona do rebanho, o animal foi gerado por um casal de irmãos, o que poderia ter favorecido a malformação congênita.

“Vaca pegou cria do irmão. Fica de exemplo para todos, para que não aconteça”, disse Flaviana Alves em foto publicada no Instagram. Segundo ela, a bezerra nasceu na propriedade do seu pai, Ronaldo, que também nunca havia visto nenhum caso parecido.

“Essa novilha eu peguei em 2018 e ela pegou cria do irmão dela, e teve um bezerro deficiente. A bezerra é perfeita, porém, nasceu com dois focinhos, duas cabeças, quatro olhos e duas bocas normais”, disse.

Assista:

 

 Consanguinidade explica?

Segundo uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Lavras (Ufla) em 2009, a dicefalia bovina é uma anomalia de ocorrência baixa e que pode afetar qualquer rebanho por ser um fator genético associado a genes recessivos, ou seja, transmitido apenas na ausência de um gene dominante.  Segundo os especialistas, essa mudança pode ocorrer de maneira completa, com duas cabeças ou medula espinhal, ou incompleta.

Alguns motivos podem explicar a malformação, como ingestão de substâncias tóxicas, deficiências vitamínicas, infecções pré-natais e mutações genéticas e hereditárias em um ou ambos os pais. Caso esse seja o caso, como os pais da bezerra pertencem a mesma família, as chances dessa mutação ser transmitida para a cria muito maior.

Segundo outro estudo, publicado no Encontro Nacional de Diagnóstico Veterinário (Endivet) de 2014,  tais anomalias como a dicefalia e casos de gêmeos siameses em bovinos ocorrem em casos raros e isolados, são pouco estudados, e pouco se sabe sobre elas. “Apenas torna-se caso de investigação quando ocorre repetidamente em uma mesma área geográfica ou em um mesmo rebanho”, diz o estudo.

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