Boi gordo em alta: preços ultrapassam R$ 268 por arroba; o que esperar?

O mercado do boi gordo está em um momento de valorização significativa, impulsionado por uma combinação de demanda interna e externa. Com a oferta limitada e o cenário internacional favorável, os preços devem continuar em ascensão.

O mercado do boi gordo experimenta uma valorização significativa, com preços atingindo R$ 268/@. Este crescimento é impulsionado pelo aumento da demanda, especialmente no setor de exportação. Analistas preveem que essa tendência de alta pode continuar no curto prazo, tornando o cenário ainda mais promissor para os produtores.

VALORIZAÇÃO DOS PREÇOS DO BOI GORDO

Nesta quarta-feira, 18 de setembro, os preços da arroba do boi gordo mantiveram a trajetória ascendente já observada nas semanas anteriores. A oferta reduzida de gado e a forte demanda, especialmente voltada para exportação, estão contribuindo para essa alta. Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, destaca que as escalas de abate permanecem curtas, criando um ambiente favorável para novas elevações nos preços.

Apesar da restrição de oferta, os frigoríficos seguem operando sem ociosidade significativa. A pressão de alta nos preços da arroba tem sido intensa, com uma recuperação nos valores do gado terminado em todo o Brasil.

PREÇOS MÉDIOS DO ARROBA DO BOI GORDO

Atualmente, os preços médios da arroba do boi gordo variam entre as principais praças pecuárias do Brasil:

- São Paulo: R$ 265,00/@

- Goiás: R$ 255,00/@

- Minas Gerais:R$ 253,00/@

- Mato Grosso do Sul: R$ 268,00/@

- Mato Grosso: R$ 232,00/@

DEMANDA EXTERNA IMPULSIONA PREÇOS

A demanda internacional, principalmente do mercado chinês, tem sido um dos principais motores dessa valorização. O "boi-China", abatido com até 30 meses e direcionado à exportação, alcançou preços de R$ 261/@ em São Paulo, superando o valor do boi destinado ao mercado interno em R$ 6, segundo dados da Scot Consultoria.

No entanto, o mercado atacadista enfrenta desafios, com margens limitadas para novos reajustes devido à competitividade de outras proteínas, como a carne de frango.

DESAFIOS PARA FRIGORÍFICOS

Os frigoríficos estão lidando com escalas de abate encurtadas, que agora variam em torno de sete dias úteis em várias regiões. Essa limitação de oferta de vacas e novilhas prontas para abate pressiona ainda mais os preços do boi gordo. Além disso, as exportações de carne bovina continuam a crescer, o que deve manter os preços elevados.

VENDAS NO VAREJO

Apesar do consumo mais contido na segunda quinzena do mês, as vendas de carne bovina estão se comportando conforme o esperado. O fluxo de pedidos de reposição de estoques ocorre regularmente, com preços ainda elevados devido à escassez de oferta e à demanda aquecida no mercado externo.

Segundo o Cepea, todos os cortes com osso no mercado atacadista de carne da Grande São Paulo apresentaram valorização de cerca de 4% nos últimos sete dias. A carcaça casada do boi gordo está sendo negociada nos maiores patamares do ano.

VALORIZAÇÃO NO MERCADO INTERNACIONAL

A valorização do boi gordo também é observada no mercado internacional. No dia 17 de setembro, o preço do boi em dólares alcançou US$ 46,86/@, o maior valor desde maio de 2024, segundo o Indicador Cepea. Essa valorização é impulsionada pela forte demanda internacional e pela oferta limitada de gado pronto para abate.

No mercado futuro, a expectativa é otimista. Os contratos na B3 mostraram ajustes positivos, especialmente para o vencimento de outubro/24, que fechou em R$ 263,15/@.

EXPECTATIVAS PARA O MERCADO DE CARNE BOVINA

O cenário atual sugere que a demanda por carne bovina, especialmente por vacas e novilhas, deve continuar sustentando os preços. As expectativas de que as exportações se mantenham elevadas nos próximos meses reforçam essa tendência de alta.

Com informações do Compre Rural

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