Confinamento exige tecnologia e garante lucro

Confinamento exige tecnologia e garante lucro

Por Liana Paiva 

Controlar resultados e aprimorar processos para ganhar mais dinheiro. Esse é o segredo de toda empresa que busca ganhar espaço no mercado e obter lucro. Em uma fazenda, a missão não é diferente, pois são empresas do campo disputando os melhores negócios. E em se tratando de pecuária, um dos principais pilares econômicos do Brasil e que só nesse ano deve crescer 6,7%,  a principal estratégia é a tecnologia para produzir com qualidade em um menor espaço de tempo.  

Uma das principais tecnologias usadas na criação e produção de carne bovina é o confinamento. Trata-se de um sistema de produção em que os animais ficam separados em lotes, chamados de curral ou piquet. Nesses locais, eles são alimentados através de cochos e bebedouros com uma dieta controlada para alcançar o melhor resultado em um menor espaço de tempo. "Esse gado fica confinamento de 60 a 90 dias, sendo esse nosso tempo máximo. E os mais gordos saem primeiro para serem comercializados. Trabalhamos para que o animal ganhe em torno de 1,3kg por dia", afirma Tadeu Sampaio, engenheiro agrônomo e gerente da Fazenda Palestina, situada na zona rural de Timon.  

A propriedade gerenciada por Tadeu se destaca pelos investimentos e bons resultados adquiridos nos últimos dois anos. Atualmente, são quase 300 animais confinados e acompanhados diariamente. "Nós fazemos a pesagem de cada cabeça todo dia para ver o ganho de gordura e o rendimento de carcaça", acrescenta o gerente.  

O ganho de peso do animal depende da dieta que recebe e da forma como é alimentado. Para isso, há empresas especialistas nesses serviços que auxiliam os pecuaristas a alcançarem suas metas. A DSM Tortuga, uma multinacional que oferta suplementos tecnológicos que garantem eficiência alimentar, ou seja, a engorda do boi em um menor tempo, é uma delas. "Nós trabalhamos com o núcleo mineral que é juntado à ração. Nosso produto contém os macro e micro minerais, aditivos, proteínas e leveduras que vão ajudar o animal a ter um melhor acabamento de carcaça e a produção de uma carne de qualidade", explica. 

Controle de qualidade na alimentação do gado 

Além do núcleo mineral, a ração é composta pelo grão do milho triturado que, juntos, formam o produto o concentrado, e então é adicionado o volumoso, que é a silagem produzida a partir da planta do milho. Na Fazenda Palestina, a produção da planta e do milho é feita na propriedade. "Nós controlamos a matéria-prima para com isso controlar a qualidade do alimento dado ao boi", ressalta Tadeu Sampaio.  

A produção da dieta é apenas um dos processos que fazem parte da nutrição dos bois. Há outro trabalho que exige eficácia e eficiência para garantir as três refeições diárias ao rebanho e dispensar o alimento no cocho. "A tendência é adotar a mecanização dessa atividade, assim conseguimos reduzir a mão de obra e economizar tempo", explica o gerente da Fazenda Palestina que adotou o procedimento.  

A alimentação dos bois é realizada através de um trator operado por uma pessoa que passeia pelo cocho levando o alimento. "Normalmente, se esse trabalho fosse manual, utilizaria muito mais pessoas. Nessa operação usamos um trator com potência 100 cavalos, mas temos diversos tipos de veículos para operações agrícolas, como preparo de solo, plantio, colheita e alimentação do gado, o que traz economia de tempo também", disse Paulo Bruno, representante da Mutum Máquinas, concessionária New Holland em Teresina.  

Mas para o uso do veículo é necessário um outro equipamento de extrema importância. Trata-se do vagão forrageiro que é acoplado ao trator e após fazer a mistura da silagem (volumoso) com a ração (concentrado), dispensa o alimento no cocho. "Um vagão como esse tem a capacidade de armazenar 12 metros cúbicos e consegue alimentar cerca de 500 animais por dia, facilitando a rotina do confinamento", explica o proprietário da Campo Norte Agrícola, Jonas Gomes. A empresa trabalha com a venda dos vagões e de outros produtos modernos e tecnológicos para o agronegócio.  

Vale esclarecer que a pecuária brasileira cresce a passos largos e o confinamento tem se revelado como a alternativa mais eficaz, exigindo uma intensificação de gestão com suporte eficiente para aumentar a produtividade e a qualidade. "O confinamento exige uma teconologia de custo um pouco mais elevado, mas traz para a propriedade um retorno mais rápido de capital", finaliza Tadeu Sampaio. (L.P.)

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