O analista Paulo Molinari, da consultoria Safras, elencou fatos que podem mexer com as cotações internacionais e domésticas do cereal, confira! O analista Paulo Molinari, da consultoria Safras & Mercado, elencou os fatos que merecem atenção dos produtores de milho, porque podem repercutir nos preços na próxima semana. Confira:
Mercado internacional
- O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta produção recorde no país, de 388 milhões de toneladas;
- Mesmo com aumento de exportações e demanda interna, os estoques norte-americanos também são os maiores da história, em 70 milhões de toneladas;
- Os contratos futuros do milho na Bolsa de Chicago tem intervalo de US$ 3,10 a US$ 3,45 por bushel;
- São esperadas perdas de 150 a 250 milhões de bushels ou até 9 milhões de toneladas, no milho, após ocorrência do derecho.
- Boa parte deste milho afetado deve ser utilizado em silagem; O efeito para o mercado é praticamente nulo, diante do alto estoque e da grande safra que começa a ser colhida em setembro;
- Potencial ajuste do acordo comercial com a China e avanço das compras de produtos norte-americanos como etanol, DDG e trigo podem ajudar os mercados em meio à colheita norte-americana;
Mercado interno
- Preços seguem muito firmes;
- As colheitas vão avançando, os produtores vão cumprindo contratos e o restante esperando para venda mais tardia;
- Colheita em Mato Grosso praticamente finalizada;
- Embarques de milho em agosto com nomeações para 7,3 milhões de toneladas, exportadores seguem agressivos no mercado;
- Frango, boi, suíno, leite com preços altos oferecendo liquidez ao milho; Não há possibilidade de faltar milho internamente até o fim de 2020, porém, a retenção pelo produtor diante da forte demanda interna e de exportação consolida os preços firmes;
- Clima no segundo semestre será o novo desafio para o mercado interno, com o avanço do La Niña;
- Ainda não se nota inversão no quadro de preços do milho internamente mais à frente.
Capitalizado, produtor de milho retém venda de forma especulativa, diz Safras em Live
O mercado brasileiro de milho mantém um cenário de preços firmes, em pleno período de colheita de uma safrinha robusta, de 74 milhões de toneladas, pelo fato dos produtores estarem capitalizados, o que permite um movimento de retenção de oferta de forma especulativa. A avaliação é do analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, durante a Live de SAFRAS no Instagram nesta sexta-feira.
Molinari afirma que o produtor negociou parte da safrinha e está armazenando o restante que vem sendo colhido. “Por conta disso não haverá falta de milho no Brasil até o final do ano, mas os preços deverão seguir em patamares elevados, de acordo com a disposição do produtor em vender o cereal”, analisa.
O analista destaca que a demanda neste momento está aquecida pelo cereal, tanto nos setores consumidores, como o de aves – que elevou muito o alojamento de pintos de corte – quanto por parte das tradings e exportadores, o que faz com que a fila de navios para embarque esteja bem expressiva neste momento.
Molinari alerta que os setores demandantes de milho devem estar atentos a buscar um volume de oferta que seja suficiente para abastecer as necessidades no primeiro semestre de 2021, uma vez que a safra de verão será novamente pequena diante da preferência dos produtores no cultivo da soja. “Pode haver falta de oferta em alguns estados no verão, o que incorreria na necessidade de importação do cereal”, pontua.
O analista destaca ainda que não existe um limite de preço para o milho, que será definido pelo potencial de venda dos produtores. “Em algum momento o produtor irá vender e o preço cair. Neste momento eu diria que o limite do cereal estaria no patamar de preço praticado na importação, ao redor de R$ 68,00”, sinaliza.
Fonte: Agência Safras