O presidente da República, Jair Bolsonaro, discursou na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) ontem (22), e destacou a importância do trabalho dos produtores rurais brasileiros em meio à pandemia da Covid-19.
“No Brasil, apesar da crise mundial, a produção rural não parou. O homem do campo trabalhou como nunca, produziu, como sempre, alimentos para mais de 1 bilhão de pessoas. O Brasil contribuiu para que o mundo continuasse alimentado. Nossos caminhoneiros, marítimos, portuários e aeroviários mantiveram ativo todo o fluxo logístico para distribuição interna e exportação”, disse, reforçando que o avanço da produção agropecuária deu-se sem desrespeitar “a melhor legislação ambiental do planeta”.
Bolsonaro afirmou que o país tem sido vítima “de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal”. “A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos, que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil”, declarou.
O presidente disse que o país é líder na conservação de florestas tropicais e que tem a matriz energética mais limpa e diversificada do mundo. “Mesmo sendo uma das 10 maiores economias do mundo, somos responsáveis por apenas 3% da emissão de carbono”, afirmou. “Garantimos a segurança alimentar a um sexto da população mundial, mesmo preservando 66% de nossa vegetação nativa e usando apenas 27% do nosso território para a pecuária e agricultura. Números que nenhum outro país possui”, complementou.
Segundo Bolsonaro, o fato do Brasil despontar como o maior produtor mundial de alimentos, está incomodando outros player, que geram desinformação para tentar frear o avanço do país. “Estamos abertos para o mundo naquilo que melhor temos para oferecer, nossos produtos do campo. Nunca exportamos tanto. O mundo cada vez mais depende do Brasil para se alimentar”, disse.
Incêndios e queimadas
O chefe de Estado também abordou os casos de incêndios na Amazônia em seu discurso. De acordo com Bolsonaro, a floresta é úmida e não permite a propagação do fogo em seu interior. “Os incêndios acontecem praticamente, nos mesmos lugares, no entorno leste da Floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas”, afirmou.
Segundo ele, os focos criminosos são combatidos com rigor e determinação. “Mantenho minha política de tolerância zero com o crime ambiental. Juntamente com o Congresso Nacional, buscamos a regularização fundiária, visando identificar os autores desses crimes”, declarou.
Bolsonaro enfatizou que a extensão da região amazônica é maior do que toda a Europa Ocidental, por isso a fiscalização e o combate a incêndios são tão difíceis. “Estamos ampliando e aperfeiçoando o emprego de tecnologias e aprimorando as operações interagências, contando, inclusive, com a participação das Forças Armadas”, falou.
Quanto ao Pantanal, o presidente comparou com a situação na Califórnia, Estados Unidos, que também está sofrendo com incêndios. “As grandes queimadas são consequências inevitáveis da alta temperatura local, somada ao acúmulo de massa orgânica em decomposição”, disse.