Que o agronegócio piauiense vem ganhando cada vez mais destaque no cenário nacional, ninguém tem dúvida. A estimativa para a safra deste ano é de quase 5,4 milhões de toneladas de grãos, uma colheita recorde no Estado e que representa 5,9% maior que a registrada em 2020, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No entanto, o que poucos sabem é que a menor parte dessa produção fica de fato no Piauí. Ela é exportada e vendida para estados do Nordeste ou sudeste.
Quem realmente põe alimento na mesa dos piauienses é a agricultura familiar. Em todo o Estado, segundo números do Censo Agropecuário do IBGE, são mais de 520 mil trabalhadores neste setor, que além de produzirem para o sustento próprio, vendem o excedente como forma de garantir renda. Mais de 80% do que é produzido pela agricultura familiar é consumido no Piauí. Trata-se de uma fonte de renda para quase 10% da população piauiense.
Então, para incentivar a comercialização dos produtos, o Governo do Estado, por meio da SAF, vem elaborando várias estratégias de apoio e fomento às vendas. A mais recente é o PAS, que é o Programa de Alimentação Saudável. Serão investidos cerca de R$ 1 milhão na compra de produtos da agricultura familiar que serão entregues a famílias em vulnerabilidade social e situação de insegurança alimentar. O projeto compõe o Programa de Aquisição Alimentar (PAA).
“O Programa de Alimentação Saudável (PAS) é um programa de enfrentamento aos efeitos da pandemia, que atua dentro do PRO Piauí /PRO Social, e tem como objetivo dar apoio para os agricultores familiares, que produzem alimentação sem agrotóxicos, proporcionando a venda dos produtos por um preço justo. Executado com recurso do Governo do Estado do Piauí, o programa também conta com o apoio da Seplan e Emater, e em breve será lançado o segundo edital onde contemplará todos os territórios do estado”, explicou Patrícia.
“Agora nessa primeira etapa eu vendi muitos produtos, como rúcula, cheiro verde, alface, tomante cereja, macaxeira e abóbora, e tudo foi vendido”, destacou, acrescentando que o recurso serve, também, para gastos na saúde durante a pandemia. “É um projeto que melhora nossa fonte de renda e ajuda, até mesmo, na questão médica, que muitas vezes estamos tendo que ir buscar atendimento particular, por conta das emergências. Então o dinheiro extra, ajuda muito e veio em muito boa hora”, completou.
Mas, além do PAS, o Governo do Estado tem desenvolvido outro projeto: a quitanda virtual, que utiliza plataformas online para vender a produção da agricultura familiar. Assim como a maioria dos trabalhadores urbanos, os agricultores familiares do Piauí também estão se adaptando ao mercado digital. A utilização de tecnologia para a venda de produtos passou a ser adotada em meados do ano passado, quando a pandemia suspendeu a realização das feiras livres. Internet, PIX, sites, aplicativos e redes sociais fazem parte do vocabulário dos pequenos agricultores.
A secretária Patrícia Vasconcelos destacou que o processo de venda dos produtos teve que se reinventar e se adaptar às novas tecnologias como forma de garantir a geração de renda para as famílias que apesar de viverem em um ambiente rural, demandam este tipo de inserção no mercado digital. “A secretaria, por meio da execução de suas políticas públicas, teve que inovar. Uma das iniciativas são as quitandas virtuais, com uma nova forma de comercialização utilizando tecnologias por meio das redes sociais”, pontuou.
No total, foram investidos 200 mil reais no projeto. A Quitanda Virtual é realizada pela Secretaria de Estado da Agricultura Familiar, em parceria com o Instituto de Assistência Técnica de Extensão Rural do Piauí (Emater), Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), STTRs, prefeituras municipais, Instituto Federal do Piauí (IFPI) e Conselhos de Desenvolvimento Territoriais Sustentáveis.